No ano passado, perante uma comissão parlamentar, na Assembleia de República, o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) afirmou que não “queria ver os municípios” envolvidos na definição das zonas de perigosidade de incêndios rurais, adianta hoje a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que tem sede em Coimbra.
“Ontem, na comissão parlamentar de agricultura e pescas, a propósito de um alegado desinvestimento na floresta, o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) acusou os municípios de ‘gastarem uma barbaridade de dinheiro com os bombeiros’”, refere a ANMP.
A ANMP repudia estas declarações do presidente da AGIF, a que se somaram outras, entre as quais a afirmação de que os “bombeiros recebem em função da área ardida”.
Os municípios são, no âmbito das suas competências próprias, os “responsáveis pela proteção civil ao nível municipal e o grande financiador dos corpos de bombeiros, a par com a administração central. O investimento dos municípios nos bombeiros visa garantir a segurança e socorro da população”, frisa a associação.
Adiantando que “quer os municípios quer os bombeiros são os principais interessados na redução dos incêndios rurais, na defesa da floresta e, sobretudo, na defesa das populações”. São os autarcas e os bombeiros os primeiros a estarem presentes no terreno, na prevenção, no combate e na minimização de danos”.
A ANMP “lamenta estas declarações do presidente da AGIF e sublinha o decisivo papel dos municípios na prevenção e na defesa da floresta contra incêndios e no suporte financeiro decisivo aos bombeiros”.