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Museu de Lamego comemora 430 anos do Mosteiro das Chagas

O Museu de Lamego associa-se às comemorações dos 430 anos da fundação do Mosteiro das Chagas de Lamego no próximo dia 25 de novembro, pelas 10h00, com uma visita orientada ao espólio remanescente, que se encontra no museu, de um dos espaços que chegou a ser considerado um dos mais ricos e opulentos do Norte de Portugal.

O programa, mais vasto, prevê ainda uma missa solene, um concerto, palestra e exposição, numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lamego. Às 21h00, o Museu de Lamego volta a marcar presença nas comemorações, com uma comunicação da diretora do Museu de Lamego, Alexandra Falcão, que se debruçará sobre as memórias – materiais e espirituais – desse espaço de devoção, do qual apenas sobreviveram a igreja e o espólio do mosteiro que até hoje se mantém à guarda do museu e que ali chegou pela mão do seu primeiro diretor, João Amaral.

Segue-se um concerto de música pelo grupo de canto gregoriano “Ançã-ble” e a participação do Coro da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, sem esquecer a exposição de fotografia antiga sobre as igrejas da Misericórdia, uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, em colaboração com a Associação “Arquivo da Imagem”.

Casa de clarissas ao longo de mais de 300 anos, o Mosteiro das Chagas acabou por encerrar as portas em 1906, na sequência da extinção das Ordens Religiosas decretada, em 1834.

A República ditaria a sua nacionalização e mais tarde a decisão de demolir o mosteiro para a construção do Liceu Nacional Latino Coelho, atual Escola Secundária Latino Coelho. No dia em que há 430 anos foi lançada a primeira pedra, às 10h00 o museu faz uma viagem à memória do mosteiro fundado pelo bispo D. António Teles de Meneses, em 1588, no antigo Campo do Tablado.

A primeira comunidade integrou um grupo de sete clarissas, provenientes do Convento de Monchique, da cidade do Porto, todas irmãs desse prelado. Já após a decisão de demolir o mosteiro para a construção do Liceu de Lamego, deram entrada no Museu de Lamego algumas das capelas instituídas no claustro do Mosteiro ao longo dos séculos XVII e XVIII, bem como os respetivos recheios de escultura.

A igreja foi mais tarde entregue à Santa Casa da Misericórdia, na sequência do grande incêndio que em 1911 devorou a rua de Almacave.