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Nova exposição no Convento São Francisco conta história da dança em Coimbra

No âmbito do festival Abril Dança em Coimbra, o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, inaugurou hoje a exposição “Dança em Coimbra?! Para uma Timeline a Haver – Genealogias da dança como prática artística em Portugal (ed. VI)”, na galeria Pedro Olayo (Filho), no Convento São Francisco.

Com curadoria de Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins e conceção gráfica de Marco Balesteros, a mostra, que pretende contar episódios da história da dança em Portugal que se cruzam com a cidade de Coimbra, pode ser visitada até 26 de junho, de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00.

A entrada é livre. Hoje, às 18h30, decorre uma visita guiada à exposição pelos curadores e amanhã, às 18h00, há uma nova visita guiada pela mão da coreógrafa Madalena Victorino.

Com curadoria de Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins, que protagonizam hoje, às 18h30, uma visita guiada, esta exposição é, nas suas palavras, “um exercício de cronologia comparada que procura dar a ver os modos como a apresentação e o ensino de dança na cidade, sempre vistos como algo exterior (não autóctone), se interligam com tensões maiores”. Já amanhã, dia 2 de abril, pelas 18h00, a exposição recebe uma nova visita guiada, desta vez pela mão da coreógrafa Madalena Victorino. A visita vai servir também para homenagear o professor e programador Gil Mendo, que faleceu recentemente.

“A exposição organiza-se em três núcleos: por um lado, os anos de formação de Madalena Biscaia Farinha (mais tarde Perdigão) em Coimbra e a década de 1950, enquadrando as atividades das associações musicais a que pertence e dos grupos universitários TEUC e CITAC. Por outro, o fim dos anos 1960 e a vinda de Merce Cunningham e de outras companhias de fôlego ao Teatro de Gil Vicente (mais tarde TAGV) em plena agitação estudantil e ao lado da atividade do CAPC e da emergência da performance arte. Por fim, o surgimento da chamada “Nova Dança Portuguesa” na década de 1990 que coincide com o apogeu da Bienal Universitária de Coimbra, numa altura em que a cidade era um ponto expressivo da contracultura no país”, pode ler-se na sinopse.

“Construindo uma cronologia para a dança em Coimbra permite vislumbrar muito mais do que a dança: as esferas de influência que a cidade e a sua dinâmica universitária tecem no país, a vários níveis; a intrincada relação amador (universitário) vs profissional; a temporalidade episódica de festivais e temporadas vs programação regular; a aposta na interdisciplinaridade e na contaminação entre artes vs a suposta pureza das disciplinas; e, por último, a questão do financiamento da cultura, entre prática universitária com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian vs gestão autárquica ou política cultural nacional. Procura igualmente, ao olhar para a receção de alguns espetáculos, incidir sobre a experiência estética da dança como experiência de mundo, situando-a”, refere a apresentação da exposição. 

A exposição inclui obras de Francisco Camacho, João Fiadeiro, Joana Providência, Merce Cunningham and Dance Company, Olga Roriz, Paula Massano, Paulo Ribeiro, Rui Nunes, Susana Vassalo e Silva e Vera Mantero.

O festival Abril Dança em Coimbra apresenta um mês de intensa atividade centralizada no Convento São Francisco e no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV). São mais de uma dezena de espetáculos, residências artísticas, quatro estreias nacionais, duas criações internacionais, duas criações para públicos escolares, workshops e masterclass, além da exibição de quatro filmes comentados, que convocam a dança para primeiro plano.

Organizado pela Universidade de Coimbra/TAGV e CM Coimbra/Convento São Francisco, o Festival Abril Dança em Coimbra teve em 2016 a sua primeira edição conjunta. Esta iniciativa parte de um interesse comum pela dança, reconhecendo o lugar central que esta ocupa na renovação da linguagem das artes performativas ao longo das últimas décadas. Unindo as duas margens da cidade de Coimbra, o festival pretende dar conta do panorama criativo da dança em contexto nacional e internacional, além de promover atividades pedagógicas direcionadas a públicos escolares, numa relação que se pretende aprofundar juntamente com as associações, escolas e academias que na região se dedicam notoriamente ao ensino da dança, nas mais diversas expressões.