A nova fase pandémica em que Portugal se encontra, com a presença de uma nova variante e aumento exponencial do número de novas infeções diárias, exige uma adaptação ágil das normas e procedimentos definidos pelas autoridades de saúde, para melhor acompanhamento dos doentes Covid, não Covid e adesão da população ao que é necessário em cada momento.
Neste contexto, o bastonário da Ordem dos Médicos e o coordenador do Gabinete de Crise para a Covid-19 recomendam a utilização do Indicador de Avaliação do Estado da Pandemia (IAP), desenvolvido pela Ordem dos Médicos e pelo Instituto Superior Técnico, para monitorizar a pandemia com coerência, compreensão e envolvimento da população, já que o IAP integra várias dimensões.
Reforço vacinal urgente nos vulneráveis. Há 15% das pessoas com 65 ou mais anos (que em Portugal representam cerca de 2,3 milhões de habitantes) sem reforço vacinal dos quais mais de 230.000 com mais de 70 anos.
Reavaliação dos períodos de isolamento e de baixa por doença ou após contacto de alto risco (e.g., 7 dias) com testagem de modo a assegurar segurança do próprio e de todos, tendo em atenção a presença de fatores de risco, estado vacinal e o impacto do absentismo laboral.
Reavaliação dos critérios e recursos alocados ao seguimento de doentes em ambulatório (DGS – Norma 004/2020), nomeadamente à alocação de médicos de Medicina Geral e Familiar, que compromete significativamente todas as outras atividades assistenciais (a este propósito publicamos carta enviada pelo bastonário à ministra da Saúde em julho deste ano, sem que nada tivesse sido feito https://bit.ly/3ECBXhO).
Disponibilizar de forma regular e transparente dados relativos aos doentes internados e aos falecidos, nomeadamente idade, comorbilidades, estado vacinal, para fundamentar decisões críticas e urgentes.
Alterar o sistema de informação da Direção-Geral da Saúde, no sentido de acompanhar as necessidades da população, nomeadamente com uma página de informação simples com os procedimentos a adotar pelos cidadãos infetados ou com contactos de alto risco.
Reforço da capacidade de resposta, nomeadamente no SNS24, nas equipas de saúde pública, nomeadamente nos rastreadores, na testagem e centros de vacinação, e ativar a resposta assistencial do sector privado e social, evitando o agravamento do impacto da pandemia nos doentes não Covid.