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O mistério do debate

António José Cardoso, candidato do CHEGA à Câmara de Oliveira do Hospital

Na passada quinta-feira, dia 16, participei num debate na Rádio Boa Nova, onde estiveram presentes todos os candidatos à Câmara Municipal.

Quem esteve atento ao que foi dito, ficou com água na boca para conhecer todos os passos dados pelos famigerados fundos comunitários.

As declarações dos candidatos, foram uma autêntica melodia para adormecer o eleitorado, evitando tocar em assuntos nucleares, tais como são pagos os favores que mantêm o executivo continuamente suportado por “boys “ e “girls”, pois se a verdade dos factos viesse ao de cima antes do acto eleitoral, iriam de certo colocar em risco o resultado.

As vaidades e os egos exacerbados, são um constante discurso para o exterior, dos candidatos, com a finalidade de os perpetuar na gestão dos milhões, para evitar que outros os fiscalizem.

Tenho obrigação, enquanto candidato, de tomar conhecimento das situações, clarificá-las e poder contribuir para que os oliveirenses conheçam a verdade.

O assunto foi adiado, por promessa da jornalista, em o trazer ao debate mas tarde, acabando por morrer ali o esclarecimento do percurso dos fundos comunitários.

Questiono sobre o trajecto de cinco milhões, pois estavam dois milhões disponíveis em Julho e subitamente, no final de Agosto o saldo era negativo em dois milhões e meios de euros.

O esclarecimento para as minhas dúvidas sobre o desaparecimento dessa verba, ficou por esclarecer, no que diz respeito à minha pessoa e por sequência, aos ouvintes.

Os responsáveis por esta manobra financeira não cumpriram o seu dever de justificar o percurso de dinheiros públicos.

Cinco milhões não ganham asas e espero que as minhas dúvidas sejam esclarecidas pelo gabinete de contabilidade camarário, de preferência antes do acto eleitoral.

O que me intriga é como este assunto veio para a opinião pública, pois no dia 13 de Agosto de 2021, Francisco Rodrigues, candidato pela coligação PSD/CDS, quando da inauguração da sede de campanha, afirmava e cito” hoje temos uma situação financeira na CMOH, que me deixa muito preocupado, pois a câmara vive uma situação de compromissos, com fundos disponíveis a negativo, superiores a dois milhões de euros”.

Esta situação apanhou de surpresa o executivo camarário gerido pelo partido socialista e o próprio candidato Francisco Rolo, que é simultaneamente vice-presidente da câmara, transparecendo para o exterior, que está menos informado da gestão do seu executivo, do que o candidato Francisco Rodrigues, daí se concluindo que o Rolo não passa de uma figura decorativa no elenco camarário.

O mistério adensa-se, pois o candidato Francisco Rodrigues, já sabia, a 13 de Agosto, o valor que seria apurado no final do mês. Adivinhação ou sabe algo que não quer divulgar?

Situação grave que é preciso apurar rapidamente, pois poderemos estar a assistir a uma cumplicidade promíscua, atendendo à gravidade dos factos tornados públicos.

É urgente investigar quem deu a informação, quem a escondeu e porque não se tomaram medidas quando a notícia foi divulgada?

É urgente apurar quem vai beneficiar deste imbróglio, se o candidato Francisco Rodrigues a denunciar um valor que pode não ser real, se o executivo em funções no sentido de proteger o candidato Francisco Rolo.

Nós e os oliveirenses queremos conhecer a verdade para podermos votar em consciência, pois a lentidão dos tribunais pode colocar em causa a eleição de alguém que não o merece.

Espero que os meus adversários, esclareçam os oliveirenses e ao Chega, a bem da transparência, competência e honestidade, honrando a gestão da coisa pública.

Texto de opinião:

António José Cardoso

Candidato do CHEGA à câmara municipal de Oliveira do Hospital.