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Operação encoberta internacional contra vendedores de droga na Dark Web leva a 91 detenções

Uma coligação de agências de aplicação da lei em todo o mundo anunciou os resultados de uma operação coordenada, denominada DisrupTor, que visava vendedores e compradores de bens ilícitos na Dark Web.

“Esta operação surge na sequência do desmantelamento, em maio do ano passado, do segundo maior mercado online ilegal do mundo na Dark Web, Wall Street Market. Este desmantelamento forneceu aos investigadores dados e materiais quantitativos para identificar suspeitos por trás de contas da Dark Web utilizadas para atividades ilegais”, adianta a PJ em nota de imprensa.

Consequentemente, 91 vendedores, que estavam envolvidos em dezenas de milhares de vendas de bens ilícitos, foram detidos por toda a Europa e Estados Unidos. Mais de 3 milhões de dólares foram apreendidos em numerário e em moeda virtual, juntamente com uma quantidade substancial de substâncias estupefacientes das classes A, B e C, incluindo anfetaminas, cannabis, heroína, cocaína, MDMA e medicamentos contendo substâncias classificadas como psicotrópicas.

As detenções foram efetuadas nos Estados Unidos (60), na Alemanha (19), Áustria (3), no Reino Unido (3), nos Países Baixos (5) e na Suécia (1). Continuam em curso várias investigações com vista a identificar os indivíduos por trás de contas da Dark Web.

A operação DisrupTor consistiu numa série de operações conjuntas, realizadas em separado, mas complementares, coordenadas pela Europol e pelo Eurojust, destinadas a causar um impacto global na venda de bens ilícitos na Dark Web.

Esta operação foi o resultado de um esforço conjunto entre o Departamento Federal de Investigação Criminal austríaco (Bundeskriminalamt), a Polícia de Chipre (Αστυνομία Κύπρου), o Departamento Federal de Investigação Criminal alemão (Bundeskriminalamt), a Polícia Judiciária portuguesa, a Polícia neerlandesa (Politie), a Polícia sueca (Polisen), a Agência Nacional de combate à Criminalidade do Reino Unido, e dos Estados Unidos da América, o Departamento de Justiça, o Departamento Federal de Investigação Criminal (FBI), o Serviço de Polícia de Imigração e Controlo Aduaneiro (ICE) e o Serviço de Inspeção Postal norte-americano (USPIS).

O chefe do Centro Europeu de Cibercriminalidade (EC3) da Europol, Edvardas Šileris, comentou a operação, declarando que a “aplicação da lei é mais eficaz quando se trabalha em conjunto, e o anúncio de hoje envia uma mensagem forte aos criminosos que vendem ou compram bens ilícitos na Dark Web: A internet oculta já não é oculta, e a vossa atividade anónima não é anónima. A polícia está empenhada na localização e captura de criminosos, independentemente do local onde operem – seja nas ruas ou atrás de um ecrã de computador”.