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Operação Europeia desmantela rede criminosa de burlas internacionais

A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, participou numa operação conjunta com as autoridades espanholas, britânicas e americanas, coordenada pela EUROPOL, visando o desmantelamento de uma organização criminosa que se dedicava à prática de burlas qualificadas, comummente designadas por “cartas da Nigéria”.

“Em Portugal, no âmbito de inquérito a correr termos no DIAP de Lisboa, foram realizadas 26 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, sendo detidas 16 pessoas, 13 homens e 3 mulheres, estrangeiros, com idades compreendidas entre os 26 e os 53 anos, pelos crimes de associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento”, refere a PJ em comunicado enviado à CentroTV.

“Das buscas resultou a apreensão de dezenas de milhares de cartas, etiquetas, impressoras e diverso equipamento informático utilizado na produção das cartas, além de telemóveis e numerário”, informa.

A atividade criminosa era desenvolvida desde, pelo menos 2019, tendo lesado cidadãos em países como Estados Unidos da América, Suíça, França, Noruega, México, Alemanha e Polónia, entre outros, em valores que ascenderam a milhões de euros.

“O modus operandi assentava no envio massivo de cartas para os mais diversos países, redigidas em variadas línguas e supostamente remetidas por escritórios de advogados, invocando a existência de uma herança de que seriam beneficiárias, na ordem dos vários milhões de euros, devido ao falecimento de um seu familiar, residente em Portugal”, revela a Policia Judiciária.

“Após resposta à carta, era solicitado às vítimas, maioritariamente idosos, o envio de documentação diversa, designadamente cópia do respetivo documento de identificação, entre outros dados pessoais”.

“De forma a credibilizar os contactos, as vítimas recebiam documentos supostamente emitidos por autoridades públicas nacionais, com selos, carimbos e assinaturas falsas, bem como por diferentes instituições bancárias, tanto nacionais, como internacionais”.

Posteriormente, era solicitada às vítimas o pagamento sucessivo de montantes diversos, a titulo de custos relacionados com seguros, taxas bancárias/administrativas e impostos.

Com a utilização de um modus operandi em tudo similar, eram igualmente remetidas cartas respeitantes a um suposto prémio monetário de que as vítimas haviam sido vencedoras, voltando a ser exigidos pagamentos diversos.

Os detidos foram presentes às autoridades judiciárias competentes, tendo a 14 deles sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.