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Ordem dos Médicos do Centro condena decisão da Administração do CHUC

Carlos Cortes, presidente da SRCOM

A Ordem dos Médicos do Centro condena decisão da administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

“Num contexto de especial complexidade, ainda a enfrentar o impacto da pandemia Covid-19 e nesta fase em que se retoma progressivamente a atividade das instituições de saúde nomeadamente em consultas, cirurgias e/ou noutros procedimentos médicos essenciais”, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) “critica, de forma veemente, a decisão do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) em dificultar o apoio dos seus profissionais de saúde a outras unidades de saúde que deles necessitam para a prestação de cuidados quando são realizados fora do seu horário de trabalho normal”.

Afirma Carlos Cortes: “Impedir médicos de ir trabalhar noutras unidades, após o seu horário de trabalho, é moralmente reprovável, precisamente numa fase em que estas instituições de saúde precisam de retomar a atividade. Há vários hospitais que contam com o apoio dos profissionais de saúde do CHUC para a sua normal atividade. Já não é a primeira vez que o Conselho de Administração o tenta fazer – já o fez no início desta crise pandémica e foi, inclusivamente, desautorizado pela própria ministra da Saúde”.

 Em face da decisão do Conselho de Administração do CHUC (que emana da Circular nº 73/2020, sobre acumulações de funções Públicas ou Privadas), o presidente da SRCOM considera, até, “escandalosa” esta “falta de solidariedade com doentes que possam recorrer a outras unidades de saúde”.

Para Carlos Cortes se todos os hospitais “tivessem esta conduta seria o colapso do Serviço Nacional de Saúde, uma vez que esta é precisamente uma das fases mais sensíveis que a Saúde Pública está a atravessar. O que País precisa, sim, de mais solidariedade e de entreajuda”.

Conclui o presidente da SRCOM: “O Conselho de Administração do CHUC, ao invés de auxiliar a retoma e de permitir o apoio a outras instituições de saúde, está a ter uma atitude pouco solidária. Ao invés de auxiliar a retoma, tal como todos os restantes setores de atividade, no entendimento do Conselho de Administração do CHUC, os médicos devem continuar ‘confinados’ e não podem ajudar outras unidades. Esta atitude em dificultar a acumulação de funções públicas ou privadas é severamente imprudente e contrária ao espírito de colaboração do Serviço Nacional de Saúde, dentro e fora dele”.