Em face do mapa de vagas para a contratação de médicos recém-especialistas para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos condena a desvalorização do trabalho das direções clínicas dos hospitais da Região centro por parte do Ministério da Saúde, além do mapa das vagas para Médicos de Família completamente desassustado das necessidades de utentes sem médicos.
“O mapa, recentemente publicado, é penalizador para as unidades hospitalares da região Centro, para a formação médica pós-graduada e, sobretudo, para os doentes. Nalguns casos, a falta de médicos tem um impacto devastador na prestação de cuidados de saúde no serviço de Urgência”, analisa Carlos Cortes.
Esta análise é praticamente transversal a todos os hospitais da região Centro.
No HDFF “não abriram as vagas solicitadas pela direção clínica nas especialidades de Urologia, Ginecologia, Psiquiatria, Cardiologia e Oncologia”. A resposta em Oncologia, alerta Carlos Cortes, “corre o risco de encerramento pois depende de médicos prestadores de serviço”. No HDFF são, aliás, os prestadores de serviço que estão a responder às solicitações nas especialidades de Urologia, Ginecologia e Cardiologia (esta última com dois médicos em horário parcial).
No CHUC, foram referenciadas para o Ministério da Saúde algumas importantes carências, designadamente nas especialidades de Anestesiologia, Ortopedia, Oftalmologia, Pediatria. “A resposta dada pelo Ministério da Saúde para o CHUC foi manifestamente insuficiente. Se sabemos que a falta de médicos de família acaba por ter um forte impacto nos cuidados de saúde hospitalares, nomeadamente nas urgências, estamos a constatar, mais uma vez, que o ministério é incapaz de resolver os problemas, não cumpre a sua missão ao planear os recursos humanos necessários”.
O Ministério da Saúde ignorou as graves carências de várias especialidades fundamentais para assegurarem os Serviços de Urgência, tais como Medicina Interna, Cirurgia ou Ortopedia. Mais uma vez os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco são fortemente penalizados.
Segundo Carlos Cortes “o Ministério da Saúde tem de explicar ao país quais tem sido os critérios adotados e a lógica subjacente a mais um mapa de vagas desastroso e que não serve os interesses da população”.