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Ordem dos Médicos do Centro diz que faltam médicos na urgência dos Covões

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alerta para os “riscos graves resultantes do alargamento do horário” do serviço de Urgência do Hospital Geral (Covões) – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sem que, “para tal, tenha sido efetuada qualquer adequação de recursos humanos médicos”.

Este serviço passou a funcionar todos os dias, das 9h00 às 22h00, “mais duas horas do que o habitual, mas sem qualquer reforço nas equipas médicas”, adianta em comunicado a SRCOM.

As alterações introduzidas, que entraram em vigor a 4 de novembro, estão a “provocar falhas nas escalas e estão também a exercer grande pressão nas equipas médicas do Hospital dos Covões (assim designado habitualmente), levando os profissionais a cumprir escalas muito além do que é razoável e recomendado para a segurança” dos profissionais e dos doentes.

“Como pode funcionar uma urgência polivalente sem especialistas em radiologia (os médicos desta especialidade deixaram de estar presentes), gastrenterologia, neurologia, urologia e otorrinolaringologia?”, questiona o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

“É estar a enganar os doentes e continuar a esvaziar um hospital que necessita de mais condições para responder adequadamente a quem recorre às urgências”, sublinha Carlos Cortes.

Durante a noite só estão escalados dois médicos para a vigilância dos doentes nas urgências e para responder a qualquer solicitação proveniente dos serviços com doentes internados. “É manifestamente insuficiente para garantir não só a qualidade assistencial mas também a segurança dos doentes”, acentua o presidente da SRCOM.

Para Carlos Cortes, “o serviço de Urgência do Hospital dos Covões é o exemplo paradigmático do desmantelamento de um serviço exemplar do Serviço Nacional de Saúde, não por motivos de ordem clínica mas, antes, norteado por objetivos puramente economicistas e administrativos”.