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Pandemia está a transformar hábitos e padrões de relacionamento dos jovens portugueses

Um estudo do Instituto Europeu para o Estudo dos Fatores de Risco em Crianças e Adolescentes (IREFREA Portugal) revela que 62,4 por cento dos jovens portugueses acreditam que a atual pandemia alterou a forma como se relacionam com os seus pares.

O inquérito nacional demonstra que as medidas de contenção têm também modificado os seus hábitos e comportamentos: 18,1% afirmam consumir menos álcool ou ter deixado de beber, 37,3% revelam ter diminuído o consumo de tabaco ou ter deixado de fumar, e 16,5% acreditam que o consumo de substâncias ilícitas irá ser menor durante a pandemia.

Realizado em parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, este estudo mostrou que são os consumidores ocasionais que relatam as maiores mudanças nos seus hábitos.

Em virtude da pandemia de COVID-19, 36,4% dos participantes revela que os seus comportamentos de convívio no futuro serão alterados, com 10% dos inquiridos a referirem que irão dar mais prioridade as atividades ao ar livre e às relações interpessoais. Este estudo mostrou ainda que 63,3% dos jovens participantes considera reduzir o número de saídas à noite.

Sobre as medidas de contenção impostas, 98,7% dos inquiridos concordam com o encerramento obrigatório de bares e discotecas, e 45,7% são a favor do encerramento de fronteiras.

Para Fernando Mendes, presidente do IREFREA Portugal, estes resultados demonstram que “ao contrário do que se tem veiculado sobre a atitude irresponsável dos jovens, existe uma opinião favorável à contenção da epidemia. O contexto atual trouxe consigo uma nova forma de relacionamento social para a maioria, que assume a adoção de diferentes rotinas para o futuro”. No entanto, e na opinião do psicólogo, “é preciso acautelarmo-nos de esforços para que a contenção se mantenha, pois existe ainda uma franja considerável que não a reconhece como essencial”.

Com 56,9% dos participantes a afirmarem que esta situação de contingência levou a uma maior utilização das redes sociais, 28,1% da amostra não planeia ou tem dúvidas se vai alterar a forma como se relacionam com os amigos durante este período. De salientar que estes comportamentos podem exacerbar o risco acrescido de dependências não químicas, associadas aos jogos on-line, cuja publicidade tem aumentado.

O estudo dirigido a pessoas dos 16 aos 35 anos foi idealizado com o objetivo de perceber a posição da juventude acerca das medidas de contenção do COVID19 e, com essa informação, apoiar a implementação de algumas estratégias preventivas mais eficazes