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PCP crítica opções da Câmara de Coimbra para o Convento de São Francisco

Convento de S. Francisco em Coimbra

PCP crítica opções da Câmara de Coimbra para o Convento de São Francisco, em comunicado emitido hoje.

“Nos últimos dias, a cidade de Coimbra tomou conhecimento por diversos órgãos de comunicação social, de duas notícias: a notícia da nomeação, ‘sem limite temporal pré-definido’, de uma nova assessoria artística e cultural do Convento de São Francisco; e, ainda de acordo com declarações prestadas pelo Presidente, a notícia de que a Câmara Municipal “descarta por agora novo modelo de gestão para o Convento de São Francisco”, começam por referir os comunistas,

“Registamos que a promessa (feita em campanha e reafirmada já em Outubro passado) de discussão e definição do modelo de gestão para o Convento de S. Francisco foi agora descartada ‘sem limite temporal'”, salienta. 

“Registamos ainda que, na véspera de estas notícias se tornarem públicas, tiveram lugar a reunião do Executivo Municipal, assim como da Assembleia Municipal, não tendo a Presidência da Câmara entendido que qualquer destes espaços seria apropriado para dar conhecimento aos eleitos da referida decisão”, frisa ainda o PCP.  

Reafirmando em seguida que “qualquer modelo de gestão que venha a ser encontrado para o Convento de S. Francisco, tem de assegurar a natureza pública da gestão daquele espaço e, no imediato, proceder à regularização dos vínculos e condições de trabalho da equipa necessária ao seu funcionamento”.

Acrescenanto: “recusamos, desde logo, que a falta de definição do dito modelo de gestão seja pretexto para manter e perpetuar a precariedade destes trabalhadores”.

 Para o PCP, o modelo que vier a ser encontrado, “assim como a constituição das equipas para o concretizar, devem decorrer, entre outras:— do financiamento público à cultura entendido como um dever, uma responsabilidade e uma incumbência;— de uma noção de serviço público como base e horizonte da política cultural municipal;— de uma política cultural assente no conhecimento, respeito e acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo tecido cultural;— de uma política cultural que entenda a cultura, as artes e o património como elementos de promoção da democratização do acesso à cultura e não como elementos de animação e promoção turísticas, cujo sucesso se afere pela taxa de ocupação hoteleira”.

“Conjugadas, as duas decisões anunciadas pelo Presidente (e vereador da Cultura) da Câmara Municipal de Coimbra sinalizam o caminho exactamente inverso, fazendo temer que se trate, não de um adiamento, mas de uma antecipação que permite ver o que aí vem”, sublinha.

 O PCP diz a terminar não abdicar de “lutar contra os objectivos que se desenham no horizonte das medidas agora anunciadas, e de intervir com propostas para a concretização da missão de serviço público que um equipamento desta natureza não pode deixar de ter; pelo acesso de todos à cultura e pelo trabalho com direitos”.