A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e com a colaboração da EUROPOL, procedeu ao desmantelamento de uma das maiores redes de contrafação de moeda da Europa, comercializada através da comummente designada darknet, no âmbito de inquérito a correr termos no DIAP de Lisboa.
Esta operação contou com a participação de outras unidades da Policia Judiciária, designadamente da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica e do Laboratório de Policia Cientifica.
“Foram realizadas 8 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, tendo sido apreendidas 1833 notas falsas (1290 notas de € 50 e 543 de € 10), perfazendo um total de € 69.930,00, bem como diversos objetos relacionados com a produção das notas, nomeadamente, computadores, impressoras, papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas autoadesivas, tintas ultravioleta, tinteiros, entre outros”, adianta hoje a PJ em nota de imprensa enviada à CentroTV.
Foram igualmente detidas cinco pessoas, três homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 e os 63 anos, pelos crimes de contrafação de moeda e associação criminosa.
Esta rede criminosa encontrava-se a operar desde, pelo menos, o início de 2017, tendo sido responsável pela produção de mais de 26 mil notas, maioritariamente de € 50.
As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal, atingindo um valor superior a 1 milhão e 300 mil euros.
As notas falsas eram publicitadas num dos principais mercados da darknet, sendo as encomendas recebidas tanto através de mensagens privadas no referido mercado, como através de plataformas de conversação encriptadas.
Posteriormente, após o respetivo pagamento, em regra efetuado através de moeda virtual, as notas eram enviadas por via postal, a partir de Portugal, local onde se encontravam a ser produzidas.
A elevada qualidade das notas produzidas por esta rede criminosa era reconhecida por todos os compradores, assente na utilização de papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas autoadesivas, tintas ultravioleta, marca de água e talhe doce.
O presumível líder deste grupo criminoso, um cidadão português residente na Colômbia desde meados de 2018 e com antecedentes por crimes diversos, foi detido nesse país no âmbito de Mandado de Detenção Internacional emitido pelas autoridades portuguesas, na sequência de estreita colaboração com as autoridades colombianas.
Nos últimos dias, as autoridades colombianas procederam à sua expulsão do país, tendo sido detido pela Policia Judiciária, já em território nacional.
Na sequência da apresentação às autoridades judiciárias e judiciais competentes, para realização do primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, os cinco arguidos ficaram sujeitos à medida de prisão preventiva.