O Seminário “Desafios Emergentes para a Saúde Pública: Vetores, Mosquitos e Alterações Climáticas”, decorreu no Auditório Principal da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC), no qual se promoveu a discussão sobre os desafios emergentes que os Vetores e as Alterações Climáticas têm trazido e representam para a saúde pública.
O evento teve início com as intervenções de Daniel Oliveira, diretor técnico da Rentokil Initial, e Rui Amaro, presidente da ESAC. Nesta sessão de abertura, foi destacada pelo presidente da ESAC a relevância da temática, demonstrando a disponibilidade da instituição para colaborar na evolução científica e prática associada a esta.
A diversidade de oradores convidados pelo Politécnico de Coimbra (IPC) proporcionou uma manhã recheada de vários pontos de vista sobre a problemática em discussão. Desde a experiência em controlo de pragas do Gestor da Qualidade da Rentokil Initial, Angelino Pina, até à experiência de trabalho de campo com a Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE) da Técnica de Saúde Ambiental da Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Aveiro, Susana Conde, passando pela visão mais académica e global de Susana Paixão (Docente de Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do IPC), e pela visão cumulativa do Médico de Saúde Pública na ULS da Região de Leiria, Bartolomeu Alves, que é também licenciado em Saúde Ambiental.
Angelino Pina destacou que a intervenção no combate aos vetores deve começar na comunidade em geral, evitando que se formem ambientes favoráveis à postura de ovos. “Se conseguirmos tratar da praga a montante, estamos a prevenir a jusante.”, afirmou. Segundo Susana Paixão, “23% das mortes a nível mundial estão relacionadas com fatores ambientais”, o que a nível europeu representa “1.4 milhões de mortes”. A docente salientou ainda que, quando o assunto é saúde, não existem fronteiras.
Todos os oradores concordaram que a sensibilização da comunidade para um controlo mais informado dos vetores é um passo importante no caminho para controlar o problema, bem como a contínua e consistente realização de estudos de investigação que permitam validar e melhor a intervenção perante esta realidade.
Findo o seminário, Ana Ferreira, vice-presidente do IPC, destacou que o painel mostrou “que apenas através da multidisciplinaridade podemos contribuir de forma consciente e proativa para a prevenção e controlo de vetores, especialmente em contextos tão abrangentes como as alterações climáticas e a saúde pública, sendo este trabalho urgente e extremamente relevante”.