Um momento histórico para o futebol mundial foi marcado esta quarta-feira, 11 de dezembro de 2024. Durante o Congresso Extraordinário da FIFA, Portugal, Marrocos e Espanha foram oficialmente designados como anfitriões do Mundial FIFA 2030.
“Esta decisão, que foi aplaudida por aclamação, é uma prova da excecional qualidade do dossiê de candidatura conjunta apresentado. Este triunfo é o culminar de dois anos de trabalho incansável e de uma coordenação perfeita entre os três países, que criaram uma candidatura moderna e inovadora. Além disso, este marco assinala um momento crucial na história da competição, pois será o primeiro Campeonato do Mundo realizado em dois continentes, unindo a África e a Europa sob os valores universais do futebol”, adianta a Federação Portuguesa de Futebol em nota.
Com uma “pontuação sem precedentes de 4,2 em 5, a mais alta de sempre nos relatórios de avaliação da FIFA, a candidatura do YallaVamos2030 é um testemunho das capacidades excecionais de alojamento, infraestruturas de classe mundial e um legado duradouro para as gerações futuras. Este feito notável é o resultado de esforços coletivos dos grupos de trabalho portugueses, marroquinos e espanhóis, suportados pelo apoio inabalável de atores institucionais e civis, bem como pela paixão ilimitada dos adeptos de futebol”, sublinha.
Segundo a FPF o “vídeo de apresentação da candidatura YallaVamos, intitulado “O Ponto de Partida”, cativou o público neste congresso decisivo. Retratou a unidade das três nações através de uma plataforma flutuante imaginária no coração do Oceano Atlântico, equidistante de Portugal, Marrocos e Espanha. Apresentada pelas lendas do futebol Noureddine Naybet, Luis Figo e Fernando Llorente, esta representação visual simbolizou os valores da hospitalidade, inovação e impacto sustentável”.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino , saudou esta nomeação histórica: “Em 2030, cumprir-se-ão 100 anos desde a primeira edição do Mundial, no Uruguai, e que melhor maneira haveria de celebrar esta ocasião do que um Mundial em seis países, três continentes, com 104 jogos que serão épicos? O mundo vai parar para festejar o centenário do Mundial e, em 2034, teremos o primeiro Mundial do novo centenário e um Campeonato do Mundo espetacular. Obrigado também a todas as confederações e às suas equipas, a todos os membros do Conselho da FIFA pela sua visão, coragem, liderança e também por terem tomado uma decisão unânime para chegar a uma solução consensual, histórica e uma proposta que é realmente única e serve para unir o mundo”.
Fouzi Lekjaa, presidente da Real Federação Marroquina de Futebol: “A confiança que depositaram no meu País ao selecionar a nossa proposta como parte da candidatura tripartida é mais um testemunho do progresso que alcançámos, tanto em termos de preparativos específicos para o evento como do desenvolvimento geral de Marrocos, guiados pela visão esclarecida de Sua Majestade o Rei Mohammed VI.
Esta decisão não só contribuirá para o sucesso da organização do torneio, mas também reforçará uma crença fundamental que sempre defendemos: a de que o desporto em geral, e o futebol em particular, serve como um poderoso motor de desenvolvimento socioeconómico e humano.”
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol: “Foram dois anos exigentes e desafiantes que se concluíram com uma avaliação que nos orgulha e reflete a exigência com que sempre assumimos este desafio. O futebol tem de manter a sua essência, mas acompanhar a mudança que os novos tempos impõe. Queremos, por isso, que o Mundial de 2030 seja a conjugação da memória da competição, a celebração do Centenário, mas ao mesmo tempo que traga a renovação necessária com os olhos postos no futuro! Esse é o nosso desafio! »
Mariángeles García Chaves, presidente do Comité de Gestão da Real Federação Espanhola: “Um Mundial de várias gerações: dos que se lembram daquele que foi realizado em 1982 e dos 40 por cento de espanhóis que nem sequer tinham nascido nessa data”.
García Chaves já tinha destacado o grande envolvimento e compromisso das instituições, desde o nível regional ao âmbito nacional, por toda a Espanha.
“Este projeto constrói e estrutura nações, e depois mostra-as ao mundo unidas por uma paixão comum: o futebol”.
Este anúncio marca o início de uma nova era para o desporto global. Ao unir África e Europa, Portugal, Marrocos e Espanha estão empenhados em proporcionar um Campeonato do™ Mundo de 2030 inesquecível, celebrando a unidade e a paixão universal pelo futebol.
Para dar vida a esta visão, os três países apresentarão 20 estádios de última geração em 17 cidades. De Casablanca a Lisboa e Madrid, os adeptos vão experimentar o maior espetáculo do futebol e criar memórias para toda a vida.
O primeiro ministro reforçou os elogios ao líder federativo, considerando Fernando Gomes como um dos principais responsáveis pelo sucesso desta operação. “O Dr. Fernando Gomes vai cumprir 13 anos enquanto presidente da FPF. Escreveu páginas douradas no desporto-rei, pelo que aproveito desde já para o felicitar por todo o seu percurso. Esta candidatura sai vitoriosa também por isso. As candidaturas não começam apenas quando os processos são lançados; começam também com toda a credibilidade que se vai granjeando ao longo dos anos. Fernando Gomes conduziu a FPF, ao longo destes anos, com uma competência que lhe é reconhecida a nível internacional”, vincou, estendendo o elogio ao presidente do comité da candidatura vencedora: “Cumprimento também o Eng.º António Laranjo, que liderou os aspectos mais técnicos da candidatura. Grande parte deste percurso, foi percorrido na vigência do Governo anterior, mas eu fui consultado várias vezes pelo Primeiro Ministro anterior, enquanto líder da oposição na altura. Posso dizer que sou testemunha do empenho de Fernando Gomes e de António Laranjo.”
Acompanhado pelo presidente da comissão organizadora do Mundial’2030, António Laranjo, Fernando Gomes agradeceu o empenho do Governo, também na presença do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, alargando este cumprimento ao anterior Executivo, recordando António Costa e Ana Catarina Mendes.
“De uma forma muito, muito clara, nós estamos convencidos que dificilmente teríamos condições, não fosse esta associação a Marrocos e a Espanha, que eu gostaria, neste momento, de saudar de uma forma especial, porque foi um trabalho conjunto extremamente valioso para chegar a este desiderato. Mas com certeza nós não teríamos grandes hipóteses de organizar um Campeonato do Mundo unicamente de Portugal”, frisou Fernando Gomes.
“Temos de estar agradecidos, não só por este apoio, mas também pelo trabalho desenvolvido pela engenheiro Laranjo, com as suas equipas, em momentos difíceis, que são conhecidos, nomeadamente o ocorrido há cerca de um ano e três meses com a situação da RFEF, em que nos obrigou um esforço redobrado para mantermos viva esta nossa candidatura, e com a qualidade que, efetivamente, foi demonstrada e hoje visível na apresentação”, explicou.