Pela primeira vez na história, a Seleção Nacional A Masculina apurou-se para os Quartos de Final do IHF World Championship 2025, ao derrotar a Espanha – também de forma inédita em jogos oficiais – por 29-35, na penúltima jornada do Main Round III, esta sexta-feira.
A uma jornada do fim da fase principal da competição, os Heróis do Mar já superaram o 10.º lugar obtido em 2021.
O último jogo do Main Round III está marcado para este domingo, às 14h30 (hora portuguesa), contra o Chile.

7 inicial: Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Martim Costa, Rui Silva, Francisco Costa, António Areia e Luís Frade.
Portugal dispôs da primeira posse de bola e deparou-se com uma defesa contrária profunda e agressiva, mas o primeiro golo do encontro pertenceu à Espanha, por Ian Barrufet (1-0). Salvador Salvador abriu o ativo para Portugal (1-1) pouco depois.
Os Heróis do Mar beneficiaram de um primeiro período de superioridade numérica bem cedo, mas o guardião Sergey Hernández (ex-SL Benfica) negou a reviravolta no marcador. No final do período de exclusão o marcador ditava um empate (2-2) à chegada aos cinco minutos.
A mobilidade defensiva dos espanhóis e algum nervosismo dos portugueses ajudaram a Espanha a chegar pela primeira aos dois golos de vantagem (4-2), com o extra de beneficiar de uma primeira exclusão para Portugal, aos seis minutos.
No entanto, Portugal reagiu às adversidades e restabeleceu o empate (4-4) mesmo com menos um elemento em campo. Com o central Rui Silva muitas vezes condicionado pelo defesa mais avançado de Espanha, eram os laterais – e irmãos – Francisco e Martim Costa a procurar o espaço na defensiva contrária, mas a primeira liderança de Portugal tardava em aparecer, quer por erros nos momentos-chave, quer por remates perdidos.
Aos 13’ o guardião Gustavo Capdeville apareceu pela primeira vez e abriu caminho a Leonel Fernandes, que assinou o tão procurado golo da reviravolta (6-7) de contra-ataque. Aos 15’ estreou-se Diogo Rêma Marques entre os postes, mas foi no minuto seguinte que Espanha disparou de novo até aos dois golos (10-8), o que motivou um pedido de time-out por parte de Paulo Pereira, quando Portugal já não marcava há quase quatro minutos.
Após a paragem, o momento menos positivo de Portugal não terminou e os espanhóis festejaram a chegada aos três e quatro golos de vantagem pela primeira vez (12-8), com 20 minutos decorridos. Salvador Salvador e João Gomes estrearam-se nesta altura em funções ofensivas e foi o lateral esquerdo, natural de Samora Correia, a fazer mexer as redes contrárias ao fim de vários minutos.
Uma exclusão para os espanhóis apareceu na altura certa, com Portugal a ganhar terreno e a reduzir até à diferença mínima (13-12), na sequência de um parcial de 0-3. Como resposta, Jordi Ribera lançou os consagrados irmãos Dujshebaev [Daniel e Alex].
O treinador espanhol pediu time-out aos 26’ depois de Salvador Salvador assinar o golo do empate (14-14), com Diogo Rêma Marques também em destaque depois de ter chegado às quatro defesas.
No reatar do jogo, os Heróis do Mar continuaram a defender bem e a reviravolta esteve perto de acontecer por duas vezes… mas foi a Espanha a reagir e a conseguir recolher aos balneários em vantagem. Após 30’ era Salvador Salvador a liderar a lista de melhores marcadores com quatro golos marcados.
Intervalo: 16-15



Portugal não entrou como queria na segunda parte e a Espanha cedo chegou aos 18-15, com Victor Iturriza a responder com o primeiro golo aos 32 minutos. Dois minutos mais tarde voltou a aparecer a diferença de três golos (19-16).
Logo a seguir, Portugal cresceu no jogo, respondeu com um parcial de 0-2 finalizado por Francisco Costa (19-18) e beneficiou de um dois minutos em superioridade. Diogo Rêma Marques apareceu para ajudar os lusos a empatar de novo a partida (19-19) e, pouco depois, a passar novamente para a liderança (19-20) pelo inspirado “Kiko”. O momento menos positivo tinha sido ultrapassado e Jordi Ribera pediu time-out com indicações claras para que os seus atletas defendessem melhor.
Após a paragem, Portugal dobrou a vantagem (19-21) quando a Espanha já não marcava há mais de seis minutos. O ímpeto português até podia ter quebrado aos 41’ quando Victor Iturriza foi excluído pela segunda vez, mas tal não aconteceu e os lusos aumentaram a margem para três golos (19-22) depois de mais um grande momento de Francisco Costa, que já levava seis golos.
Pouco depois, a Espanha aproveitou mesmo uma nova exclusão de Portugal para encurtar a diferença até ao mínimo (21-22), à entrada para os últimos 15 minutos. Mas em igualdade foram os portugueses a voltar à maior diferença (21-24) no minuto seguinte, na sequência de uma jogada aérea que demonstrava a confiança lusa.
Mais tarde repetiu-se a história: uma nova exclusão para Portugal resultou em nova aproximação espanhola até ao mínimo (23-24) e nova fuga lusa em igualdade numérica (23-26). O desempenho competente dos Heróis do Mar foi premiado com o surgimento de uns inéditos cinco golos de vantagem (23-28), que levou o apreensivo Jordi Ribera a parar o jogo aos 52 minutos. Diogo Rêma Marques chegaria uns minutos depois às 10 defesas.
Com a moral em cima, Portugal chegou aos seis golos à maior (24-30), com pouco mais de cinco minutos por jogar na Unity Arena. O derradeiro período foi marcado por uma defesa praticamente individual dos espanhóis, que resultou num aproximar até ao 28-31 em menos de dois minutos. Paulo Pereira pediu time-out.
Portugal voltou com tudo para os últimos minutos e garantiu que a vitória não fugia. Desfecho histórico pela primeira vitória de sempre contra Espanha em jogos oficias e, principalmente, pelo apuramento inédito para os Quartos de Final do Campeonato do Mundo.