No seguimento da reunião do júri da 35.ª edição do Prémio Camões, que decorreu, ontem, o ministro da Cultura anuncia que o Prémio Camões 2023 foi atribuído a João Barrento, adianta em nota o Ministério da Cultura.
Segundo o júri, “João Barrento foi reconhecido pelo júri como autor de uma obra relevante e singular em que avultam o ensaio e a tradução literária. Em particular, as suas traduções de literatura de língua alemã, que vão da idade média à época contemporânea, e em todos os géneros literários, formam o mais consistente corpo de traduções literárias do nosso património cultural e constituem indubitavelmente um meio de enriquecimento da língua e de difusão em português das grandes obras da literatura mundial”.
Ensaísta e tradutor de referência, mas também crítico literário, cronista e professor, o ministro da Cultura considera João Barrento “um dos pensadores mais acutilantes da arte e da cultura em Portugal, refere o Ministério da Cultura.
O ensaio é o “registo literário em que mais se tem empenhado, forma privilegiada de pensar livremente a sua relação com o mundo”. Merece também destaque a sua ação enquanto dinamizador do Espaço Llansol, testemunho de uma generosa dedicação, a mesma que se reflete nas indispensáveis traduções que têm dado a conhecer, em língua portuguesa, a obra de autores tão diversos quanto Hölderlin, Goethe, Walter Benjamin ou Paul Celan”.
Professor, Crítico, Ensaísta e Tradutor, João Barrento nasceu a 26 de abril de 1940 em Alter do Chão. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crónica. Foi professor nas áreas de Literatura Alemã e Comparada e de História e Teoria da Tradução na Universidade Nova de Lisboa (1986-2002). Traduziu literatura de língua alemã, do século XVII à atualidade.