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Projeto Floresta da Serra do Açor prevê a plantação de 1.841 milhões de árvores

Foi no terreno onde o projeto Floresta da Serra do Açor ganha raízes desde 2020 que se celebrou, em Arganil, o Dia Internacional das Florestas e o Dia Mundial da Árvore, esta segunda-feira, 21 de março.

“Ao executivo da Câmara Municipal de Arganil, à Jerónimo Martins e à Escola Superior Agrária de Coimbra, percursores do projeto e anfitriões das celebrações, juntaram-se mais de 80 voluntários, técnicos e alunos, numa visita de campo que fugiu à tradicional plantação e colocou em destaque o importante e tão necessário trabalho de manutenção das espécies”, adianta a autarquia em nota..

“De luvas nas mãos e devidamente munidos de enxadas, tesouras e outras ferramentas de trabalho, os voluntários cuidaram de algumas das 500 mil árvores já plantadas no âmbito do projeto, realizando podas de formação, limpeza das caldeiras ao redor das espécies e controle de vegetação invasora”, refere..

“Reconhecendo a importância da arborização”, o presidente da Câmara de Arganil considera que de nada vale se não for combinada com um planeado e sustentado trabalho de gestão florestal. “Uma árvore e uma floresta precisam de mais, de muito mais, que um ato inicial de abrir uma cova e lá colocar uma planta; é preciso um conjunto de trabalhos a longo prazo para se garantir que a floresta tenha hipótese de sucesso”, frisou Luís Paulo Costa.

O projeto Floresta da Serra do Açor abrange uma “área de 2.500 hectares e prevê a plantação de 1,841 milhões de árvores de espécie maioritariamente autóctone, entre 2020 e 2025. Mas o projeto vai muito para além deste momento inicial e considera o acompanhamento das intervenções durante 40 anos, contando com um investimento de 5 milhões de euros, financiado pelo grupo Jerónimo Martins”.

Com este projeto, “estamos a construir um futuro muito para além de nós; um futuro em que o nosso território estará mais forte, resistente e preparado para as adversidades”, exaltou Luís Paulo Costa durante a sessão de boas-vindas.

José Gaspar, docente da Escola Superior Agrária de Coimbra, entidade responsável pela validação técnica e científica do projeto, confessou ter feito muita questão de evitar as ações de plantação e revelou a sua preferência pelas ações de gestão e manutenção de povoamentos. “São pequenas intervenções nas áreas que já foram objeto de plantação e, portanto, é fazer aquilo que é necessário para proporcionar as melhores condições, para que aquelas plantas se mantenham viáveis naquele território”.

“Enaltecendo o caráter nobre da iniciativa”, António Serrano, diretor executivo da Jerónimo Martins Agro-Alimentar, espera que o projeto, que “junta público e privado” e que é agregador de vontades, “seja replicado por outras entidades, por outros concelhos, por outras empresas”.

No terreno baldio localizado em Vinhó, os trabalhos foram realizados em povoamento misto, com carvalhos e pinheiro-bravo. Cerca de 85% dos terrenos que vão ser intervencionados pelo projeto serão de povoamento misto, com a convivência no terreno de pinheiro-bravo com espécies autóctones, como o carvalho negral, o castanheiro ou o sobreiro, numa fase inicial, preparando a sua conversão em povoamentos puros das espécies folhosas. Os remanescentes 15% de povoamentos puros serão de castanheiro, medronheiro, carvalho-negral, carvalho-alvarinho, pseudotsuga e bétula.