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PS estranha silêncio de presidente da Câmara de Coimbra depois de ter sido constituído arguido

José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra

O atual presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, foi constituído arguido num processo quando era bastonário da Ordem dos Médicos.

Em causa está a cobrança indevida de ajudas de custo quando era bastonário da Ordem dos Médicos, cargo que exerceu entre 2011 e 2016, avançou ontem a TVI/CNN.

A investigação começou em 2019 e as buscas à sede da Ordem dos Médicos foram a 26 de Setembro desse ano. Mas o atual bastonário, Miguel Guimarães, garante que não foi a instituição a denunciar o caso às autoridades.

O ex-bastonário dos Médicos e atual presidente da Câmara de Coimbra diz que não tinha autonomia para ordenar qualquer pagamento.

O PS de Coimbra reagiu hoje a esta notícia, salientando “que respeita o princípio da presunção de inocência que é indissociável do Estado de Direito democrático e nessa perspectiva, respeitamos as instituições da justiça e nada devemos acrescentar”.

 O presidente da concelhia socialista diz ser dever moral do presidente da Camara de Coimbra avançar “esclarecimentos pois, a bem ou a mal, este tipo de suspeitas são prejudiciais ao bom nome do Município de Coimbra”.

David Ferreira da Silva  salienta ser “irónico que recaiam sobre José Manuel Silva suspeitas formais quando o próprio não se inibiu de insinuar e acusar eleitos do PS noutras circunstâncias (que nem a este ponto processual chegaram)”.  

“É ainda bastante relevante que um defensor acérrimo da transparência nos últimos 4 anos, tenha sabido da constituição de arguido no dia 15 de julho e não tenha informado a Assembleia Municipal desse facto, lamenta o socialista”, frisa. 

“O PS já sabe que não pode exigir coerência ao Presidente da Câmara, mas pelo menos decoro, sentido de serviço público e acima de tudo, explicações urgentes para não se confundir o bom nome do município de Coimbra com quaisquer suspeitas pessoais do seu agora presidente eleito. De resto, aguardamos serenamente as investigações e o desfecho deste processo judicial nos tribunais”, refere a conclui David Ferreira da Silva.