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PS fecha a porta a compromissos com PSD

O actual Governo aposta na divisão dos portugueses e chumba todas as propostas que poderiam melhorar a vida das famílias, acusa António Costa que, por isso, recusa compromissos.

“Os compromissos que esta maioria deseja não são para ser vir Portugal e os portugueses. O compromisso que querem é amarrar-nos à pedra que os leva ao fundo”, acusou o líder socialista no discurso que fez na sessão de abertura do XX Congresso do PS, que decorre esta semana em Lisboa.

O novo secretário-geral socialista prefere falar num “acordo político que envolva todas as forças” e num “grande acordo de concertação social estratégico”. E recuperou no início deste congresso a expressão “Nova maioria”, que marcou a ascensão de António Guterres ao poder.

“Este Governo semeou a incerteza e a intranquilidade”, acusou Costa, culpando o Executivo pela divisão entre gerações e entre empregados e desempregados e pela “ameaça de reprodução, na próxima década, de um novo ciclo de pobreza”.

O líder socialista elencou as várias propostas apresentadas pelo seu partido no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano para dizer que “esta maioria chumba tudo aquilo que pode melhorar a vida das famílias”.

“Temos de esta bem cientes da responsabilidade que temos de assumir perante os portugueses”, continuou Costa, avisando, desde já: “Quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos.”

Para o líder socialista, que começou o seu discurso com uma referência ao caso Sócrates é necessário apostar na formação dos portugueses e na modernização da economia. É esse o eixo da sua “Agenda para a Década”. E deu como exemplo a recuperação dos sectores têxtil e do calçado.

“Não queremos um futuro só para alguns”, continuou Costa, para quem “uma sociedade decente assenta na dignidade da pessoa humana e não deixa ninguém para trás”. Para isso, é preciso apostar na “coesão social”, num “grande acordo de concertação social estratégico” e num “acordo politico que envolva todas as forças políticas”.

Sem entrar em grandes concretizações das suas ideias, António Costa arrancou grandes aplausos quando lembrou dois emblemas da governação socialista – Simplex e Novas Oportunidades – que pretende recuperar.

“Dignidade” é também a palavra-chave na União Europeia para Costa, que até lembrou o recente discurso do Papa Francisco no Parlamento Europeu.

A “nova agenda europeia” que o líder socialista quer passa por um “programa de recuperação económica e social”, no qual o Plano Juncker (apresentado esta semana) “é insuficiente, mas vai no bom sentido”.

Fonte: RR