O PSD de Nelas critica a saída da vice presidente da Câmara.
É este o comunicado na integra da estrutura local do PSD de Nelas:
“Em 2006 foi demitido de vice-presidente depois de se ter incompatibilizado com os restantes vereadores que se encontravam no executivo camarário.
Em 2016 foi a vez de se incompatibilizar com o seu vice-presidente, Alexandre Borges, retirando-lhe a confiança politica por não aceitar que o mesmo tivesse outra ideia de gerir a autarquia.
Passados menos de dois anos, mais uma demissão de um vice-presidente, desta vez foi Sofia Relvas a ser demitida, ou a demitir-se.
Será que é por não haver duas sem três, ou terá sido a escolha de Sofia?
O verdadeiro fundamento para esta demissão ainda está por esclarecer. O despacho do Presidente da Câmara denuncia que Sofia Relvas troca a Câmara e a vice-presidência, por um punhado (maior que o que recebia) de moedas, que queria acumular com o vencimento de Vereadora a meio tempo na Câmara de Nelas. Com a agravante de a nova entidade para a qual irá trabalhar ter relações (muitas) comerciais com a Autarquia.
Lamentamos e repudiamos que a decisão de Sofia Relvas, a ser somente do foro pessoal, seja fundamentada pela mesma como sendo uma oportunidade de uma vida, pouco se interessando pela causa pública que vinha a desempenhar, com a responsabilidade acrescida de ser vice-presidente da câmara. Respeitamos a opção pessoal. Repudiamos que uma vice-presidente em exercício pleno de funções há menos de um ano opte por um suposto convite mais tentador.
Mas não é de estranhar. Não se lhe conhece qualquer ligação a associações concelhias ou trabalho comunitário/voluntário desenvolvido no concelho.
Mais um caso em que a política serviu como o meio e não como um fim.
Esperamos, ainda assim, que continue como vereadora.
Como referimos, não se sabe toda a verdade sobre a demissão de Sofia Relvas. Especula-se que as relações entre Borges da Silva e Sofia Relvas não seriam as melhores e que se agravaram com os pagamentos em atraso a avençados contratados pela até então vice-presidente, mas também com o descontrolo financeiro da autarquia e com o avolumar brutal do endividamento.
Acresce a razão sempre muito ponderosa da difícil coabitação com Borges da Silva, uma personalidade egocêntrica e nada tolerante com a opinião divergente e com quem pense por si próprio ou de si discorde.
E o Presidente da Camara, o que diz em relação a esta demissão?
Chama a si todos as funções que tinha delegado na vice-presidente. Dá mais uma vez o sinal de que só ele é que manda, que quer continuar a controlar tudo e que é incapaz de trabalhar em equipa.
Mas, pior que isto, que já é muito, dá um sinal claro que não confia no trabalho dos outros vereadores, e que só nomeou Fernando Silvério, porque a lei o obriga, que, agora sendo vice-presidente, fica no fio da navalha, podendo ser o próximo a ser demitido.
Caminhamos assim, para mais um mandato, em que os vereadores do PS, que mantêm o apoio (condicionado) ao Presidente da Câmara, continuarão a dizer que sim a tudo o que ele ditar.
Borges da Silva, politicamente, tem esse problema. Não quer que ninguém o contrarie e lhe diga que não tem razão. Não gosta, e não quer ouvir que há outro caminho.
O resultado desta postura autocrática está a vista de todos. Incompatibiliza-se com os vice-presidentes e vereadores do Seu partido (PS), mas também com toda a oposição, e quem sofre com isso é o Concelho”.