A Polícia de Segurança Pública de Aveiro crítica os comentários proferidos no programa de televisão da SIC.
“Relativamente à notícia sobre uma ocorrência de violência doméstica, em São João da Madeira, que foi alvo de análise no programa de televisão “Casa Feliz”, transmitido na SIC, a 20 de junho, a Polícia de Segurança Pública tem a referir que dois comentadores mencionaram que as vítimas não foram assistidas no local, nem foram efetuadas quaisquer perícias médico-legais, o que não corresponde à verdade”, afirma a PSP em nota enviada à CentroTV.
“No local, ambas as vítimas recusaram tratamento médico-hospitalar, tendo proferido que, se necessitassem, mais tarde, poderiam deslocar-se a uma unidade de saúde, pelos seus próprios meios”, frisa. “Estas declarações constam no expediente elaborado”. “Como as vítimas não apresentavam ferimentos que carecessem de tratamento médico urgente, foi preservada a sua vontade”, destaca.
“Relativamente às perícias médico-legais, foram acionados, de imediato, polícias afetos à valência de investigação criminal, com o intuito de ser reforçada a preservação dos meios de prova, tendo as marcas corporais causadas pelo chicote sido fotografadas”, salienta.
“Um dos comentadores referiu, ainda, que a vítima de violência doméstica não foi auxiliada, encaminhada ou avaliada, nem tão pouco foi elaborado “plano de segurança””. “Salienta-se que foi concedido o estatuto de “vítima especialmente vulnerável” e elaborado “plano de segurança”, que foi lido e rubricado pela vítima, tendo esta recusado o acolhimento em casa-abrigo que lhe foi proposto”, revela a PSP. “A vítima de violência doméstica foi também notificada para comparecer, no dia 20 junho, no Gabinete Médico-Legal de Santa Maria da Feira, para exame direto”, sublinha.
“Os polícias cumpriram com todos os procedimentos instituídos legalmente sobre esta matéria e deram a conhecer às vítimas todas as medidas disponíveis para um acrescento à sua segurança”, diz a Polícia.
“A Polícia de Segurança Pública considera, assim, que os comentários tecidos em torno desta ocorrência, por não corresponderem à verdade, põem em causa a imagem e o profissionalismo dos polícias que se deslocaram à ocorrência, e, consequentemente, a imagem da própria Instituição”, conclui.