Em 2022 ocorreram mais de 30.000 denúncias de violência de género em Portugal.
No primeiro semestre deste ano já foram registadas 14.863 ocorrências pela PSP e GNR.
“São muitos rostos, muitas vítimas e vários agressores. São milhares de pedidos de desculpas diários, sendo que se torna premente repetir vezes sem conta que onde há uma vítima, há uma pessoa agressora”, adianta em nota a Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD).
Com este desígnio, a “campanha em causa alerta para inúmeras desculpas que a pessoa agressora utiliza para se desresponsabilizar pelos seus atos, negando e/ou banalizando a violência, que se perpetua. Mais, gradualmente, faz crer à vítima que é ela a culpada pelos seus comportamentos, que os merece ou que os provoca. Mas a agressão é sempre uma escolha”.
“Algumas das desculpas são bem conhecidas: Foram os ciúmes…; foi o álcool…; estás sempre a provocar-me…; estás sempre a desafiar-me…; não consegues fazer nada sozinha…. A cada uma destas verbalizações correspondem inúmeros pensamentos da vítima para desculpabilizar a violência”, frisa.
Neste sentido, a “ideia de que agredir é sempre uma escolha da pessoa que usa a violência para se impor, controlar ou provocar medo e dano à vítima, encontra-se bem patente nesta campanha – que reforça o facto de não existirem desculpas para uma pessoa ser violenta com outra”, realça.
Recorde-se que, a RNAVVD – Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica está presente em todo o país, sendo constituída por um conjunto de serviços e respostas especializados, gratuitos, vocacionados para o apoio às vítimas.
No 2º trimestre de 2023, a RNAVVD acolheu “1450 pessoas. Destas, 52% eram vítimas adultas (98% mulheres e 2% homens) e 48% eram dependentes a cargo (maioritariamente crianças e jovens que, por questões de segurança, acompanharam as suas mães)”.
Em Portugal, a violência doméstica é um “crime público que deve ser combatido e denunciado por cada pessoa. Assim, para obter ajuda, denunciar ou pedir informações sobre violência doméstica, pode fazê-lo através do número de apoio – 800 202 148 e a Linha SMS 3060– números gratuitos, disponíveis 7 dias por semana, 24 horas por dia”, conclui.