O rio Ceira, afluente do Mondego, está completamente seco a jusante da Barragem do Alto Ceira, no concelho da Pampilhosa da Serra.
A situação foi denunciada este fim de semana por pessoas daquela região nas redes sociais.
É revelado que “após a recente abertura da comporta de fundo da Barragem do Alto Ceira, que provocou enxurrada subita de água malcheirosa pondo en risco o ambiente e as pessoas nas praias fluvais a jusante, em Camba, Porto da Balsa e Ponte de Fajão, eis que o Rio Ceira está morto com o fecho quase total do caudal ecológico na barragem, provocando a enexistência de água no leito do rio e a morte dos peixes e praticamenter toda a fauna aquícola”.
Denunciam ainda que o “cheiro a podre é percetivel junto ao rio, e o uso das praias fluviais, açudes e poços só para o ano (se ainda houver rio)”.
Nas fotos enviadas à CentroTV é perceptível o caudal diminuto da barragem da EDP e o estado em que se encontra a praia fluvial de Camba.
“Triste…muito triste ver um rio morto, onde há poucos anos as trutas saltavam e o rio era um dos maiores atrativos da região”, frisa um dos populares no Facebook.
Adiantando que o que “é estranho é que isto só começou a agravar-se há poucos anos, após a construção da nova barragem”.
No inicio deste mês de setembro foram feitas descargas de “água malcheirosa” da barragem do Alto Ceira.
“É uma vergonha”, disse na altura à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal, José Brito, indicando que a autarquia “não foi avisada das descargas” efetuadas pela EDP, na tarde de sexta-feira, a pedido da Câmara de Coimbra.
Nesse dia, mais de 500 quilos de peixes mortos foram retirados do rio Ceira, a montante da cidade de Coimbra, cujo município solicitou à EDP “a abertura urgente” das comportas do Alto Ceira.
“Até agora ninguém nos avisou”, criticou hoje José Brito, 24 horas após a EDP ter descarregado, durante algum tempo, “água contaminada” daquela barragem, no concelho da Pampilhosa da Serra.
Para o autarca do PSD, “isto é uma vergonha, ainda por cima na mesma Comunidade Intermunicipal” da Região de Coimbra, que inclui os 17 municípios deste distrito, além de Mortágua (Viseu) e Mealhada (Aveiro).
“Como é possível a Proteção Civil de Coimbra mandar descarregar três metros cúbicos de água por segundo e nem sequer nós termos sido avisados?”, lamentou.
José Brito disse que o aumento repentino do caudal do Ceira “trouxe poluição, pôs populações em perigo, estragou o que estava bem e não remediou o que, infelizmente, estava mal” a jusante.