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Salvador Sobral e André Santos inauguram XJazz – Encontros do Jazz nas Aldeias do Xisto

Salvador Sobral é o nome que abre mais uma edição do XJazz – Encontros do Xazz nas Aldeias do Xisto.

O concerto está agendado para 10 de Junho, no largo da Igreja Matriz da Aldeia do Xisto de Sarzedas, concelho de Castelo Branco.

A edição deste ano do XJazz inclui mais três espetáculos, cujos protagonistas e datas serão anunciados em breve. O que podemos dizer, para já, é que o nome internacional do cartaz é um artista marcante em vários estilos, do wave à música cubana.

Neste primeiro espetáculo, Salvador Sobral, que se faz acompanhar por André Santos na guitarra, apresenta ao vivo o seu mais recente álbum de estúdio. Lançado mundialmente em maio de 2021, “bpm” assinala a primeira vez que o músico se aventura na edição de um disco composto inteiramente por originais de sua autoria, em parceria com Leo Aldrey, que assina também a produção do disco.

“Tomo várias decisões nas diferentes áreas da vida durante as minhas insónias. Chamo-lhes IPs (insónias produtivas). O nome do álbum é fruto de uma IP. Numa reflexão sobre a música e a vida, chego à conclusão de que o elemento mais forte que as une são os bpm (batimentos por minuto). É o que nos dá vida, os batimentos do coração, e é o que dá pulso à música, o que a faz viver. Lembro-me sempre que, quando estava no hospital, fazia vários eletrocardiogramas e, numa fase mais delicada, também havia um monitor que mostrava sempre os meus bpms. E isso, curiosamente, transmitia-me uma sensação de familiaridade. Os bpms eram algo que eu conhecia bem da música. Assim foi, ficou ali decidido que o disco chamar-se-ia bpm. Já pude dormir em paz. Pelo menos nessa noite”, conta o músico.

Sangue de meu sangue”, “paint the town” e “aplauso dentro” (com Margarida Campelo) foram os primeiros temas extraídos de um conjunto de 14 canções inéditas que arrecadaram elogios da crítica e do público. O álbum esteve nomeado na categoria de Melhor Engenharia de Som, na última edição dos prémios Grammy Latino, com artistas como C. Tangana.

Desde 2012, o XJazz convida artistas nacionais e estrangeiros a imergirem na realidade das aldeias, cruzando a identidade cultural, as paisagens e as artes sonoras. A edição de 2021 reafirma a intenção de apresentar um programa artístico verdadeiramente enraizado no contexto e cultura dos lugares, beneficiando do seu contexto social e ambiental para momentos únicos de criação, fruição e partilha.

“O XJazz continua, assim, a explorar a abertura deste território a contextos de criação e fruição artísticas, contribuindo para reforçar os atributos e valores das Aldeias do Xisto enquanto marca acolhedora da experimentação, da inovação e ponto de intersecção daquilo que une os homens a si mesmos, aos lugares, à arte e à natureza”, refere Bruno Ramos, Coordenador da ADXTUR.

Ao longo de mais de 10 anos, sempre em parceria com o JACC – Jazz ao Centro Clube , as Aldeias do Xisto já receberam 51 concertos e 7 residências artísticas, no âmbito das quais foram editados 4 discos: “Guitolão”, de Carlos Barretto e António Eustáquio, “Xisto” do quinteto com Marcelo dos Reis, Angélica Salvi, Nuno Torres, Miguel Carvalhais e João Pais Filipe (ambos gravados na Aldeia do Xisto da Cerdeira, Lousã), o disco homónimo dos Slow is Possible (gravado em Fajão, Pampilhosa da Serra) e “Fonte Grande”, de María Villanueva, Vânia Couto, Yoshida Carvalho, Lucas de Centi e Sandra Pérez, gravado no Fundão, no contexto da residência realizada na Aldeia do Xisto da Barroca, em 2019.