Fátima Carvalho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, mostra-se “muito preocupada” com a situação do setor na região, principalmente no concelho de Oliveira do Hospital.
“Neste momento há uma situação crítica em Oliveira do Hospital e em outros locais da zona Centro”, adianta a sindicalista em declarações à CentroTV.
Por enquanto não quer avançar com casos concretos, “uma vez que queremos ser parte da solução e não pretendemos obviamente que haja desemprego”, revelando que durante a próxima semana irá reunir com empresas do concelho de Oliveira do Hospital.
Acrescentando ainda que as empresas estão em laboração, “mas existem poucas encomendas e as que há são pouco rentáveis”.
O Grupo Indetex, proprietária de marcas como a Zara ou a Massimo Dutti, que “normalmente é uma grande fonte de rendimento para as empresas de confecções da região, tem muita coisa em armazém e não estão a fazer encomendas”.
O facto de não se saber “quando poderá haver o desconfinamento, que permita uma retoma, é outro aspeto negativo”.
Fátima Carvalho apela para que as instituições estatais “venham mais ao terreno, antes que seja tarde demais”.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, ontem na reunião do executivo camarário, também se mostrou muito preocupado com a possibilidade de uma onda de desemprego no concelho, apesar de não se referir em concreto ao setor das confecções, que emprega muitas centenas de pessoas no concelho.
“Oliveira do Hospital irá ser assolado brevemente por um desemprego galopante”, afirmou, referindo que “dentro de dois ou três meses teremos uma taxa de desemprego ao nível do tempo da Troika”.
José Carlos Alexandrino frisou que “não é uma questão de pessimismo do presidente, é uma questão de realidade e de que temos que ter cuidado com as verbas municipais, para ajudar depois os nossos municípes, as nossas gentes”.
Pode ver as declarações de José Carlos Alexandrino a partir do minuto 39.35.