A estação britânica Sky News entrevistava Caroline Fourest, antiga jornalista do Charlie Hebdo, em direto, no dia em que a primeira edição do jornal satírico chegou às bancas depois do atentado, mas rapidamente interrompeu a emissão quando esta se preparava para mostrar a capa do Charlie Hebdo.
“Estou muito triste, muito triste”, criticava Fourest, em inglês.
“Os jornalistas em Inglaterra não nos apoiam, os jornalistas traem aquilo que é suposto ser o jornalismo ao pensarem que as pessoas não são suficientemente capazes de decidir se um desenho é ofensivo ou não. Porque nem o estão a mostrar”, afirmou.
A francesa atacava a forma como os meios de comunicação britânicos retrataram o caso, dizendo que repudiavam o ataque à liberdade de expressão, mas sem nunca serem capazes de mostrar a polémica capa. E após dizer o que pensava, Fourest pegou no jornal, que exibe um desenho do profeta Maomé com a inscrição “Je Suis Charlie” e nesse dia esteve nas bancas em todo o mundo, mas o operador de câmara fez os possíveis para evitar mostrar a ilustração.
A emissão voltou depois para estúdio, onde a entrevistadora explicou que “a Sky News escolhe não mostrar essa capa”, falando depois para o público em nome da estação.
“Lamentamos o sucedido e pedimos desculpa a todos os telespetadores que se sentiram ofendidos. Aqui na Sky News tomámos a opção editorial de não mostrar a capa do Charlie Hebdo”, terminou a jornalista britânica.
Fonte: CM
