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Tabernas Cova Funda e Toca do Gato solicitam reconhecimento como entidades de interesse histórico e cultural

O executivo da Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião de hoje, duas propostas para o eventual reconhecimento da Taberna Toca do Gato e da Taberna Cova Funda/Restaurante Espanhol como entidades de interesse histórico e cultural ou social local.

“A decisão será, posteriormente, submetida a um período de consulta pública, de 20 dias, para que, por fim, seja elaborado o relatório final e aprovado o reconhecimento. Recorde-se que, até ao momento, a autarquia já reconheceu 15 repúblicas de estudantes e duas ‘Loja com História'”, adianta a autarquia em nota de imprensa.

A Taberna Toca do Gato existe, “pelo menos, desde 17 junho de 1930, data de um alvará com a autorização de venda de vinhos pelo estabelecimento. Próximo da Portagem, em plena baixa de Coimbra, a entrada faz-se pela Rua dos Gatos (ou da Sota) e é precisamente uma escultura de um gato que tem à porta que lhe dá o nome”.

A candidatura confirma, ainda, o “histórico de atividade do estabelecimento no contexto académico e tradicional de Coimbra, com, presumivelmente, um século de atividade continuada, bem como uma atividade ininterrupta de restauração e convívio, destacando-se as referências de boémios da Academia dos inícios do século XX, bem como figuras históricas dessa época. A taberna é hoje uma referência histórica, sociológica e gastronómica da cidade”.

A candidatura atesta o e”sforço do proprietário na preservação e conservação do património material, tendo sempre mantido os traços arquitetónicos e decorativos iniciais, que lhe dão o ambiente de taberna tradicional”. Este é, pois, “um espaço de preservação da memória histórica coletiva, construída por anos de convívio da comunidade académica e frequência local, constituindo, assim, um inegável património imaterial, registado em testemunhos escritos e fotográficos”, lê-se na informação dos serviços municipais. “A candidatura foi, assim, avaliada e foram confirmados todos os critérios necessários à obtenção do reconhecimento”, sublinha a edilidade..

Já relativamente à Taberna Cova Funda/Restaurante Espanhol, situados na Rua da Sofia, n.º 113, há elementos que “confirmam a sua existência antes de 1930”. A candidatura atesta, ainda, o “histórico de atividade do estabelecimento no contexto socioeconómico e político de Coimbra, com quase um século de existência, bem como uma atividade ininterrupta de restauração e convívio, com destaque para reuniões espontâneas após o 25 de Abril de 1974 e a presença de figuras históricas desse período”.

O estabelecimento “desde sempre agregou uma heterogenia de clientela, sendo que muitos desses clientes ainda hoje frequentam o local, o que lhe atribui o estatuto de referência sociológica e gastronómica para a cidade”, realça.

Igualmente está “provado o esforço do proprietário na preservação e conservação do seu património material, ao manter os traços arquitetónicos e alguns elementos decorativos iniciais e, ainda, ao assegurar a conservação do variado espólio documental, desde fotografias a instrumentos de cozinha e serviços de vinho originais deste estabelecimento”.

A Taberna Cova Funda/Restaurante Espanhol é considerada, igualmente, um “espaço de preservação da memória histórica coletiva”. Com os seus encontros, reuniões, jantares e sessões de Fado, o estabelecimento constitui, assim, “um inegável património imaterial, registado em testemunhos escritos e fotográficos de sucessivas gerações de frequentadores”, lê-se na informação. A candidatura foi avaliada e foram confirmados todos os critérios necessários à obtenção do reconhecimento.