Taming the Garden foi o grande vencedor do “Grande Prémio Ambiente – Câmara Municipal de Seia”.
A obra de Salomé Jashi (Suíça, Alemanha, Geórgia) é uma ode à rivalidade entre o homem e a natureza, que conta a história de um homem poderoso que se entrega a um hobby invulgar, transplantando para o seu jardim privado de árvores seculares, junto à costa da Geórgia, adianta a organização em nota.
O “Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros” coube a AYA, de Simon Gillard, Bélgica, França, que nos traz a história da jovem Aya que cresce e vive com a sua mãe na ilha de Lahou. Alegre e despreocupada, gosta de colher cocos e dormir na areia. No entanto, o seu paraíso está condenado a desaparecer debaixo de água. À medida que as ondas ameaçam a sua casa, Aya toma uma decisão: se o nível do mar subir, ela não deixará a ilha.
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, o Prémio Curta-Metragem Internacional – Turistrela foi para Estrellas del Desierto, de Katherina Harder Sacre, uma ficção que nos dá a conhecer Antay, de 12 anos, e a sua equipa de futebol, na zona mais a norte do Chile, a meio do deserto de Atacama, que tem sido assolado por secas. À medida que o tempo passa e a situação piora, algumas famílias começarão a abandonar a cidade, o que significa que a equipa de futebol de Antay e dos seus amigos estará em risco de acabar. Enquanto a sua mãe se junta a outras mulheres da cidade para protestarem e enfrentarem a ameaça ambiental, deparar-se-á com a perda e a transformação do seu ambiente para sempre.
Já o “Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados” coube ao filme Plástic Shopper, do realizador francês Pierre Dugowson. A curta portuguesa de João Gonzalez, Ice Merchants, arrecadou dois troféus correspondentes ao Prémio Curta-Metragem de Animação e ao Prémio Curta Metragem em Língua Portuguesa.
Na Competição de Curtas-metragens Internacionais, o júri atribuiu duas Menções Honrosas, uma a L’Impianto Umano, uma ficção italiana de Andrea Sbarbaro, e a The Sausage Run, uma animação alemã de Thomas Stellmach.
Na Competição de Séries e Reportagens Televisivas, o “Prémio Televisão” rumou para Food Fraud: An Organised Crime, de Bénédict Delfaut, um documentário francês que retrata o crime alimentar de uma indústria multibilionária que afeta tudo, desde o ingrediente mais barato ao mais caro. Um filme que leva a investigação até às brigadas de fraude alimentar e que revela o pouco que sabemos sobre o que comemos.
Nesta competição, o júri atribuiu uma Menção Honrosa ao documentário francês Une Terre Sans Abeilles?, de Nicolas Dupuis e Elsa Putelat.
Nas Competições de Longas-Metragens em Língua Portuguesa, o “Prémio Camacho Costa – Lipor” foi atribuído a Águas de Pastaza, de Inês T. Alves. Isolada na floresta tropical amazónica, uma comunidade de crianças vive em profunda intimidade com a natureza à sua volta. Entre as águas do rio Pastaza e o topo das árvores, estas crianças vivem o seu quotidiano de forma quase autónoma e com um forte sentido de colaboração.
Na competição de Curtas-Metragens em Língua Portuguesa, para além do melhor prémio ter sido atribuído a Ice Merchant, de João Gonzalez, o júri atribuiu duas Menções Honrosas, uma a Água nas Guelras, de Marco Schiavon, e outra a Labuta, de Inês Alves e Lara Plácido.
O Prémio Panorama Regional foi para o documentário Pastor Cósmico, de Inês T. Alves, Mariana Pinho e Duarte Martins, uma viagem de um pastor que fala da sua ligação profunda com as cabras, da enredada ligação dos seres e dos lugares, da vida e da morte.
O Prémio Valor da Água – Águas do Vale do Tejo foi atribuído a Programa Atlantis, de Gustavo Neves. O documentário acompanha um grupo de alunos do 8º ano da escola Navegador Rodrigues Soromenho, em Sesimbra, Portugal, que mergulham em práticas aquáticas, através de um programa de literacia do oceano com ferramentas de desenvolvimento humano, mergulho livre e educação ecológica.
O Júri da Juventude, composto por um painel de seis jovens, atribuiu os seguintes galardões em todas as competições: Prémio Juventude Longa-Metragem para Ganado Desierto,deFrancisco Vaquero Robustillo; Prémio Juventude Curta-Metragem Internacional a Habiter le Seuil, de Marine Chesnais e Vincent Bruno, com uma Menção Honrosa para Total Disaster, de Keil Orion Troisi e Molly Gore; Prémio da Juventude Série e Reportagem Televisiva ao documentário Uprooted, de Balint Revesz, e Menção Honrosa a Programa Atlantis, de Gustavo Neves; Prémio da Juventude Longa-Metragem em Língua Portuguesa a Águas de Pastaza, de Inês T. Alves; Prémio da Juventude Curta-metragem em Língua Portuguesa a Agir ou Perder, de João Esteves, e uma Menção Honrosa a Água nas Guelras, de Marco Schiavon; e o Prémio da Juventude Panorama Regional a Estrela – um Território em Mudança, com uma Menção Honrosa a O Salto do Contrabando.
Realizadores de vários países também marcam presença no festival, para dialogarem com o público e se deslocarem a escolas. O festival contou, ainda, com a colaboração dos padrinhos, do júri da juventude, de professores, críticos de cinema e várias outras personalidades convidadas.
Portugal, França e Espanha foram os países com maior representação cinematográfica na Competição Oficial da 28ª edição do CineEco, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia, entre 8 e 15 de outubro. Este ano, o mais antigo festival de cinema ambiental teve 70 filmes em competição, de mais de 20 países.
“A partir de Seia, cidade pequena do interior de Portugal, continuamos a construir um Festival para todos e a apostar cada vez mais na produção nacional, sem nunca esquecer o que de melhor se faz em todo mundo. O CineEco voltou a trazer à luz do dia algumas das mais prementes temáticas relacionadas com o Ambiente e já é o centro de discussão das problemáticas que assolam as comunidades e que se relacionam com as alterações climáticas, ameaça à floresta amazónica e populações indígenas, fraudes alimentares, poluição atmosférica, falta de água, entre outros temas. Uma palavra para os jovens que regressaram em força e voltaram a marcar a diferença, quer na apresentação de trabalhos em competição, quer na forte afluência ao auditório e cineteatro, para participarem nas Ecotalks e restantes atividades paralelas”, diz a concluir a direção do Festival.