Os trabalhos decorreram no âmbito de um projeto da Câmara Municipal de Coimbra para a reabilitação e ampliação dos imóveis da Rua Direita (134 a 138) e Adro de Santa Justa (22) e os antigos tanques para depósito de barros pertencentes à olaria “Sociedade Cerâmica Antiga de Coimbra, Lda.” foram sinalizados num quintal.
As sondagens arqueológicas de diagnóstico prévio realizaram-se em julho e agosto de 2022, sob a responsabilidade científica do arqueólogo Sérgio Madeira, com a codireção da arqueóloga Joana Garcia, fazendo, também, parte da equipa as arqueólogas Ana Sofia Gervásio e Clara Sousa e os assistentes operacionais António Monteiro e Delfim Almeida.
Puseram-se, então, a descoberto os tanques para o depósito dos barros, que se encontravam num local contíguo à antiga fábrica, situada entre o Quintal do Prior (Terreiro da Erva, a partir de 1959) e a Rua Direita. Recorde-se que na Baixa de Coimbra não existiam barreiros disponíveis para a extração do barro necessário à produção da faiança de Coimbra.
A antiga olaria, também conhecida por “Fábrica do Lagar”, devido ao facto de lá ter funcionado, anteriormente, um lagar, foi sobrevivendo ao longo dos anos, adaptando-se aos tempos atuais e hoje é um espaço renovado – mantendo um pequeno núcleo onde é desenvolvida a produção artesanal tradicional de louça de Coimbra, articulando matérias e técnicas tradicionais com soluções contemporâneas – que mereceu várias distinções, entre elas o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2017, Prémio Municipal de Arquitetura Diogo de Castilho 2019 e o Prémio Nuno Teotónio Pereira 2019.