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Teatro da Didascália “ocupa” a Oficina Municipal do Teatro com “Fronteira”

Dia 16 de novembro a Oficina Municipal do Teatro volta a ser “ocupada”. Desta vez os convidados são o Teatro da Didascália, companhia que desce diretamente de Joane, em Vila Nova de Famalicão, para apresentar ao público de Coimbra o seu recém-estreado “Fronteira”.

Nesta edição do programa Okupas haverá ainda tempo para uma ceia pós-espetáculo, onde artistas e público poderão partilhar ideias e discutir a produção. Esta é a terceira vez que o Teatrão é “ocupado”, numa tentativa de dar a conhecer o trabalho desenvolvido por companhias jovens e descentralizadas.

Não está a ver os dois lados? Pois não! Nunca vemos os dois lados!” é a pergunta, resposta e exclamação que introduz a sinopse de “Fronteira”, a mais recente produção do Teatro da Didascália, que será apresentada em Coimbra uma semana depois da estreia na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão. Como avança a RUM, a proposta do espetáculo encenado por Bruno Martins é mesmo essa: que seja feita uma “reflexão sobre o conceito fronteiriço, nos aspetos social, político e artístico”. Então, num reality show com apenas duas personagens, o público é dividido em dois. No final, os espetadores votam em quem sai. “Tendencialmente votamos naquilo que vemos e é nessa ideia de não conseguirmos ver o outro que a peça joga”, diz o diretor artístico da companhia de Joane.

O Teatro da Didascália normalmente habita no Fauna, o espaço de criação e programação por eles gerido e situado na Quinta da Bemposta. É por lá que organizam o Territórios Dramáticos, um encontro que tem como objetivo traçar um olhar sobre a diversidade estética e artística do teatro produzido por todo o território nacional e que em 2019 vai já na sua terceira edição. É deste projeto que nasce o conceito “Cear e Falar”, um convite para público e artistas partilharem a mesa no final de cada espetáculo, tal como acontecerá este sábado no final de “Fronteira”.

A atividade da cooperativa cultural fundada em 2008 inclui ainda a direção artística do Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous, um “quadrado” que todos os anos coloca as cidades de Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães a pensar de forma conjunta o circo contemporâneo.

Esta é a terceira ocupação da Oficina Municipal do Teatro. As duas primeiras edições do programa Okupas realizaram-se em setembro do ano passado e contaram com a participação da companhia Terceira Pessoa, do Montijo, e da companhia Mascarenhas-Martins, de Castelo Branco. Tanto uma como a outra, assim como o Teatro da Didascália, são exemplos de companhias emergentes e descentralizadas que procuram desenvolver uma relação com os territórios onde habitam e criam os seus espetáculos.