O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, visitou ontem o terreno contíguo ao atual Palácio da Justiça, onde deverão nascer as futuras instalações do mesmo.
O espaço está a ser limpo pela autarquia, desde a semana passada, estando neste momento a ser demolidos os edifícios devolutos.
A intervenção, que está a ser efetuada por funcionários da autarquia, conta com monitorização arqueológica e irá decorrer durante o período de férias judiciais.
Estas demolições surgem no seguimento da reunião da secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, com Manuel Machado, em fevereiro último, na qual se discutiu a reabilitação do atual Palácio da Justiça e as respetivas futuras instalações neste terreno que hoje é utilizado como estacionamento. Em cima da mesa dessa reunião estiveram aspetos como apoios comunitários ao projeto, funções que o futuro edifício poderá albergar e a limpeza do espaço que agora decorre.
Em visita ao local, o presidente da autarquia, acompanhado por jornalistas, afirmou que, por uma escritura de 1970, a “Câmara Municipal de Coimbra obrigou-se a fazer a demolição, quer destas casas – o que está a decorrer agora -, quer do posto de transformação da antiga Companhia Elétrica das Beiras, de que a CMC era acionista; o que estamos a fazer agora é a repor o alinhamento decorrente do trabalho dessa escritura”.
“Este local teve outrora duas funções: o de remise do gás – era o gasómetro que alimentava de gás butano esta área da cidade de Coimbra, que foi das primeiras a ter iluminação pública em Portugal, e foi também o centro de operações dos elétricos de transporte coletivo”, explicou Manuel Machado.
“Como era típico da época, determinados funcionários tinham habitação de função, o que sucedia também aqui”, observou o autarca, elucidando sobre a complexidade da intervenção neste local ao longo dos últimos anos.
Depois de explicar aos jornalistas os trabalhos que estão a ser realizados no local, Manuel Machado salientou que, “com esta intervenção, o Ministério da Justiça fica com todas as condições para desencadear o trabalho subsequente, que é a preparação do projeto e lançamento do concurso para a ampliação do Palácio da Justiça”.
“Esta é uma aspiração da Câmara Municipal de Coimbra, pelo menos desde 1966. Eu próprio tenho feito tudo quanto está ao meu alcance para que haja dinâmica, empenhamento e ação concreta na ampliação do Tribunal de Coimbra”, destacou o presidente da CMC, concluindo que tem tido contacto com a ministra da Justiça e a secretária de Estado da Justiça e que “as coisas estão a ser pegadas a sério e do nosso lado iremos cumprir com o compromisso que foi assumido”.