Na sequência da visita efetuada à Unidade de Saúde Familiar Fernando Namora, em Condeixa, no dia 20 de julho, o Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos manifestou, ao Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, dando também conhecimento à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Ministério da Saúde, a sua “preocupação relativamente às graves carências em recursos humanos que existem nessa unidade”.
A Secção Regional do Centro (SRCOM) considera “inaceitável que a falta de assistentes técnicos em número adequado esteja a obrigar os médicos e os enfermeiros a fazerem a triagem administrativa dos utentes, prejudicando assim a atividade clínica e a prestação direta de cuidados de saúde”, frisa em comunicado.
Carlos Cortes, presidente da SRCOM, refere que “não é sensato nem admissível colocar profissionais altamente diferenciados a realizarem tarefas puramente administrativas retirando esses profissionais das consultas aos utentes e dos tratamentos que deveriam estar a executar”.
A falta de assistentes técnicos é algo significativo, tendo em conta que deveriam estar quatro assistentes técnicos ao serviço e só se encontra um neste momento. Carlos Cortes lamenta “que existam vários pedidos de mobilidade de assistentes técnicos, um deles há quase dois anos, que ainda não estejam concretizados” e acrescenta: “Como é possível uma unidade desta dimensão, em Condeixa, ter de desperdiçar o trabalho médico e de enfermagem sem que superiormente haja a capacidade de resolver esta situação?”.
Carlos Cortes afirma: “Não podemos deixar de louvar o trabalho excecional desenvolvido por todos os profissionais de saúde da USF Fernando Namora e da USF Condeixa. Apesar de todas as dificuldades e constrangimentos vividos, devido à falta de recursos humanos, têm conseguido dar uma resposta exemplar, nesta fase crítica de Covid-19 que estamos a viver. Agora é tempo do Ministério da Saúde e das estruturas locais darem um contributo para que definitivamente estes obstáculos sejam ultrapassados de vez.”