Pousada do Convento do Desagravo, em Vila Pouca da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, fecha portas no verão.
Grupo Pestana informou os trabalhadores que a unidade hoteleira irá encerrar no dia 23 de julho, altura em que termina o contrato de concessão do imóvel com a Fundação Bissaya Barreto.
Quatorze anos depois da assinatura do contrato de concessão com a Fundação Bissaya Barreto para a exploração hoteleira do Convento do Desagravo, em Vila Pouca da Beira, o Grupo Pestana já deu como certo o encerramento desta Pousada, no próximo mês de julho.
A informação foi confirmada ao nosso jornal por um dos 14 trabalhadores daquela unidade hoteleira de luxo, que refere que a comunicação aos colaboradores foi feita ainda no final do ano de 2016.
Com a Pousada fechada nos dois primeiros meses do ano, como já era habitual, para manutenção, os trabalhadores preparam-se assim para regressar ao trabalho daqui a uma semana, agora com apenas uma certeza: é que só trabalham até dia 22 de julho. No dia seguinte, 23, a Pousada será entregue aos proprietários – a Fundação Bissaya Barreto, que, por enquanto, segundo os trabalhadores, não tem qualquer interessado na exploração turística do imóvel.
“Imagine o estado anímico com que vamos reabrir daqui a uma semana. Nós somos profissionais e pensamos acima de tudo no cliente, de qualquer modo é uma situação muito difícil”, relatam, lembrando que os últimos meses já não terão sido fáceis, uma vez que havia rumores, desde o final do verão passado, de que isto poderia acontecer.
Em causa estão 14 funcionários, a maioria deles que já tinha transitado da antiga Pousada de Santa Bárbara, na Póvoa das Quartas, e que agora voltam a ver o futuro com muitas “incertezas”. “90% do pessoal vem da ENATUR e tem 30 e 40 anos de casa”, garantem, dizendo que a primeira abordagem que o Grupo Pestana fez junto dos trabalhadores não foi pacífica e está a gerar alguma instabilidade entre as pessoas.
“Eles garantem que não abandonam ninguém e que quem quiser continuar no Grupo tem trabalho assegurado, mas estamos a falar de um grande grupo hoteleiro com unidades de norte a sul do país em que as pessoas vão ter de deslocar as suas vidas”, refere um dos 14 trabalhadores da Pousada do Desagravo, que prefere não se identificar.
De acordo com a mesma fonte, responsáveis do Grupo Hoteleiro que ainda detém a exploração da Pousada do Convento do Desagravo terão sugerido aos funcionários manterem-se na Fundação Bissaya Barreto, o que dificilmente acontecerá, uma vez que o vínculo laboral é com o Grupo e não com a FBB.
“Não sabemos o que nos espera, o que sabemos é que isto é uma situação terrível”, diz aquele trabalhador, lembrando que uma das principais razões apontadas pelo Grupo Pestana para o encerramento desta unidade é a falta de rentabilidade económica. “Não tinha a rentabilidade que eles queriam”, diz, não tendo dúvidas que este encerramento além de ser “mau” para os trabalhadores, “também é prejudicial para o concelho e para a região”.
“Nós tínhamos aqui uma oferta de qualidade, não quer dizer que não haja outros hotéis com qualidade”, pelo que “nunca é bom encerrarmos o que quer que seja”, conclui.
Fonte: Folha do Centro