A Distrital de Leiria do PSD disse hoje em comunicado, quando se assinala o 5.º aniversário dos incêndios de Pedrógão Grande, que os territórios que arderam em 2017 são “autênticos barris de pólvora” e criticou a “teimosia do Governo” em desvalorizar a floresta de produção.
“Nos territórios que arderam em 2017, assistimos a uma regeneração natural totalmente desordenada e não controlada, com espécies exóticas e invasoras a ocupar os melhores solos, e ao aumento da carga térmica e biomassa, que os torna autênticos barris de pólvora, podendo transformar-se novamente no inferno de Pedrógão com as consequências materiais e humanas infelizmente conhecidas”, adianta a Comissão Política Distrital de Leiria do PSD, num comunicado que foi também subscrito pelos deputados sociais-democratas eleitos por este círculo.
Acrescentando que a “culpa não volte a ser atribuída aos autarcas ou aos bombeiros, pela inação e incompetência do Governo na reabilitação, transformação e progresso destes territórios”.
“Esta inação é uma inaceitável e gritante falta de respeito a todos os que perderam a vida, ou ficaram feridos, ou viram todo o seu património desaparecer em cinzas”, salientam, adiantando que “este desprezo do Governo para com aquelas populações” e manifestou “a sua disponibilidade para lutar pelo seu direito a uma floresta ambientalmente equilibrada e economicamente produtiva”.
Lembrando que, “depois dos incêndios de 2017, o Governo prometeu uma verdadeira reforma florestal que (…) tornaria a floresta mais resiliente aos fogos”.
“Há que reconhecer que algo foi feito no que diz respeito ao combate aos fogos florestais, dotando o dispositivo de combate com mais meios materiais e recursos humanos. Mas, relativamente a processos de ordenamento, de reflorestação, de organização da produção florestal, de mudança da paisagem rural, de reintrodução de espécies autóctones mais resistentes e de crescimento lento (em mosaicos florestais), tudo está por fazer”, frisa.
“Para inglês ver, o Governo procedeu à assinatura de protocolos com Câmaras Municipais e organizações de proprietários e produtores florestais, visando a criação de Áreas Integradas de Gestão da Paisagem que previssem a implementação de operações integradas de gestão da paisagem”, realça.
“Contudo, nada está feito, nada está implementado exceto aquilo que já estava feito pelas ZIF [zonas de intervenção florestal] e outras organizações já anteriormente existentes”.
No seu entender “a floresta está abandonada e a teimosia do Governo em defender a primazia da floresta de conservação, desvalorizando a floresta de produção, leva cada vez mais ao seu abandono e, consequentemente, ao aumento dos níveis de perigosidade de ocorrência de incêndios rurais”.
Considerando, entre outros aspetos, ser “preciso envolver os proprietários, capacitá-los, colocar técnicos especializados no terreno e, para colaborar na organização e implementação de entidades gestoras, apoiá-los financeiramente”, o PSD salientou que “a floresta gerida empresarialmente é a floresta que menos arde, por ser a mais bem ordenada e mais limpa”.