O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) abriu 40 inquéritos-crime que visam clubes de futebol, incluindo dirigentes, agentes desportivos e atletas, por suspeitas dos crimes de auxílio à imigração ilegal e de tráfico de seres humanos.
A informação é hoje avançada pelo “Jornal de Notícias”, que adianta que as investigações do SEF são referentes a clubes do Campeonato Nacional de Seniores e dos distritais.
Segundo o jornal desde 2019, já foram encontrados, a nível nacional, 110 atletas em situação irregular.
Foram constituídos arguidos 26 pessoas e 10 clubes ou associações desportivas. Dois cidadãos foram detidos por suspeitas de crime de tráfico de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
Em relação ao tráfico de seres humanos, o SEF indica que estes crimes são menos frequentes e acontecem, principalmente, na zona Centro.
Fonte do SEF revelou ao “Jornal de Notícias” que em causa estão “suspeitos da utilização sistemática de atletas em situação documental irregular em território nacional, através da utilização de contratos de trabalho fictícios em entidades patronais para as quais os atletas efetivamente não trabalhavam, na medida em que apenas desenvolviam a atividade de futebolista”.
Para além dos contratos de trabalho fictícios, há casos em que os atletas chegam a Portugal apenas com um visto de turismo para prestar provas nos clubes, acabando por ficar a trabalhar nos respetivos clubes ou associações sem a situação regularizada.
Os agentes desportivos alegadamente prometem salários altos para os jogadores, mas ao chegarem deparam-se com valores baixos que não lhes permitem regularizar a sua situação.