Esta grande unidade fabril – SONAE – ARAUCO – de aglomerado de madeira, é assunto recorrente pelas preocupações e transtornos provocados à População da zona pois esta enorme fábrica, que labora 24 horas por dia, está instalada dentro de área urbana, praticamente em cima de muitas habitações e equipamentos de vários tipos.
E para agravar a situação, após os incêndios de 2017, foi construída e acrescentada mais uma unidade ao complexo fabril até aí existente. Saliente-se que esta construção foi feita no terreno separado, por uma estrada municipal, do principal recinto industrial, no sítio onde antes havia um enorme estaleiro de madeira para estilha, a utilizar como matéria-prima na Fábrica, e que ardeu violentamente e por completo nesses Incêndios.
Entretanto, melhorou ultimamente, embora o problema ainda não esteja totalmente resolvido, a emissão para o ar de gases e de poeiras com resíduos de madeira que eram muito visíveis a cobrir o chão e os telhados das casas das imediações…
Porém outras preocupações nos continuam a tirar o sono :
— Actualmente – estamos no final de Agosto – há um mar de madeira e estilha acumulado dentro dos terrenos da unidade fabril. Mesmo em frente, muito perto, ficam várias Habitações de S. Paio de Gramaços…
— Um enorme armazém, este situado dentro do espaço do acrescento fabril (fica do outro lado da Estrada que vai desde a EN 17 para dentro de S. Paio de Gramaços), transborda de estilha de madeira, ali, a menos de 50 metros das primeiras habitações situadas desse lado da Fábrica e que também já lá estavam bem antes da construção (2018/19) deste acrescento à unidade fabril.
Aqui, logo uma questão que não tem sido respondida:
— Que entidade pública autorizou a construção do acrescento à unidade fabril após os incêndios de 2017 ? E se não houve essa autorização, que fazem o Ministério do Ambiente mais o Ministério e da Economia e o Governo para regularizar aquela situação que também concentra mais perigo tal como está ?
— Quais são os pareceres da “Protecção Civil” do concelho de Oliveira do Hospital e do distrito de Coimbra perante uma situação que toda ela concentra perigo face à eventualidade de haver algum incêndio mais intenso e nem sequer tem que ser idêntico ao de 2017 ? Por que razão nunca quiseram publicitar os “pareceres” que regularmente é suposto elaborarem sobre a situação geral desta grande Fábrica e sobre o perigo e consequências previsíveis, por exemplo, em caso de incêndio mais violento ? !
Já dissemos e repetimos, não é consentâneo com a Democracia e com o tratamento dos Cidadãos em igualdade de circunstâncias que se alguém fizer um amontoado de lenha encostado à sua própria residência é instado a retirá-lo pelas Autoridades e até pode sofrer uma multa.
Ao mesmo tempo, as mesmas Autoridades, o mesmo Governo, a mesma Autarquia, permitem que ali, naquela enorme unidade fabril – SONAE – ARAUCO – haja um mar de madeira (de um lado) e um armazém a transbordar de estilha (de outro lado) metidos dentro de Povoações, a pouca distância de Habitações e equipamentos a maioria dos quais até já lá estavam antes da actual Unidade Fabril ali ter sido construída ?!
CDU vai levar o caso, mais uma vez, até às Entidades com responsabilidades directas e indirectas nestas matérias, e designadamente à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e à “Protecção Civil”, ao Governo e à Assembleia da República. E também à Opinião Pública.
Reclama-se por respostas esclarecedoras e por uma intenvenção de facto correctora destes perigos bem detectáveis, ali, naquela grande unidade fabril – SONAE – ARAUCO – dentro de S. Paio de Gramaços, no concelhio de Oliveira do Hospital, em cima da área urbana da Cidade !Embora seja óbvio, todavia aqui se refere que não se pretende fazer encerrar, de modo algum, esta grande Unidade Fabril embora ela já não seja o que foi pois, actualmente, a multinacional ARAUCO (base chilena) já detém pelo menos metade do capital da Empresa. Pretende-se, tão só, voltar a alertar para perigos reais e para a necessidade da mesma Empresa salvaguardar – de forma mais visível e tranquilizadora – o perigo de incêndio e de também respeitar a preservação do ambiente desde logo a Ribeira de Cavalos. E também se reclama das Entidades Públicas da tutela que tudo façam para que assim aconteça que já basta dos abusos desastrosos da parte daqueles conhecidos como “os que mandam nisto tudo”…
Texto e foto: João DInis
(Cabeça-de-lista da CDU à Câmara de Oliveira do Hospital)