O satélite português AEROS será o segundo satélite português no espaço.
O AEROS, aquele que deverá ser o segundo satélite português, tem lançamento marcado para esta segunda-feira, 4 de março, a partir da Base Espacial de Vandenberg, na Califórnia (EUA).
O lançamento, a bordo de um foguetão da SpaceX, tornou-se possível pelo novo enquadramento legal português para o setor espacial, nomeadamente o novo regime de seguros para operadores de comando e controlo de objetos espaciais, em vigor desde setembro de 2023.
Com um investimento total de 2,78 milhões de euros, dos quais 1,88 milhões de euros resultam de financiamento público, o AEROS entra na categoria dos nanossatélites (30cmx10cm e 4,5 kg) e tem como missão estudar os oceanos, procurando potenciar as sinergias científicas e económicas entre o Espaço e o Oceano.
Integralmente desenvolvido em Portugal, num projeto que teve início em 2020 com a cooperação do norte-americano MIT (Massachusetts Institute of Technology), o AEROS orbitará a uma altitude de 510 km, sendo capaz de dar uma volta à Terra a cada 90 minutos. O centro de comando do novo satélite português ficará localizado no Teleporto da ilha de Santa Maria, nos Açores, onde serão registadas as imagens captadas pelo satélite, que depois serão tratadas em Matosinhos.
Os responsáveis pelo consórcio lembram que este lançamento representa o regresso de Portugal ao Espaço 30 anos depois do lançamento do PoSAT-1. Para Sérgio Barbedo, CEO da Thales Edisoft Portugal, “esta iniciativa posiciona Portugal de forma significativa no mapa da exploração espacial global e do avanço científico”.
“O PoSAT-1 foi lançado há 30 anos, mas este interregno não é sinónimo de estagnação, pelo contrário. Portugal teve um percurso de capacitação muito importante nas últimas décadas e o lançamento do AEROS, e outros que surgirão este ano, refletem essa maturidade do setor”, afirma Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa.
José Rui Felizardo, CEO do CEiiA, relembra que Portugal é já uma nação com presença no Espaço, uma vez que tem “um dos dois operadores de satélites de muito alta resolução (VHR) na Europa”, mas não deixa de sublinhar a importância do momento: “Estamos a construir uma cadeia de valor completa a partir de Portugal para nos tornarmos um dos principais atores no Espaço dentro de três anos”, garante em comunicado emitido pelo consórcio.