Uma nova família de microalgas de água doce foi descoberta por uma equipa internacional de investigadores que juntou a Universidade de Coimbra, a Universidade de Carlos em Praga, a Universidade de Ostrava e Instituto de Biologia do Solo da Academia Checa das Ciências na República Checa e a Universidade de Ozarks nos Estados Unidos da América.
Raquel Amaral, a primeira autora do artigo publicado sobre o tema, refere que “à semelhança de outras famílias da mesma classe, os géneros de microalgas agora descobertos têm potencial para dar origem a compostos de interesse farmacêutico, cosmético ou para aquacultura”.
Sublinha ainda que “as microalgas são vistas como muito promissoras para a produção de compostos de valor biotecnológico porque são fáceis de cultivar e não requerem uso de terreno arável, embora ainda com custos elevados de produção”.
A investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) frisa que o estudo das estirpes de microalgas mantidas em cultura na Algoteca de Coimbra foi fundamental, pois “contribuem para uma nova linhagem genética de microalgas e constituem dois dos novos géneros” O nome científico Munda é uma homenagem ao rio Mondego, de onde provêm a maioria destas algas.
O estudo, que faz parte da tese de doutoramento da investigadora, baseou-se na “observação morfológica e genética” para determinar a “filogenética de 10 novas estirpes”, resultando na descoberta de 3 novos géneros.
Raquel Amaral descreve as microalgas como sendo “organismos unicelulares, com uma forma alongada, a maioria com um “pé” por onde se fixa ao substrato… distinguem-se pela ausência de uma estrutura celular intitulada pirenoide”.