Laurent Filipe recebeu pela mão do presidente e da vice-presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa e Paula Dinis, a Medalha de Mérito do Concelho de Arganil, em prata, esta quinta-feira, 25 de agosto.
A atribuição desta distinção honorífica municipal pretende homenagear o valioso e excecional contributo do artista de 60 anos no desenvolvimento, divulgação e valorização da cultura e das artes no concelho, anuncia em nota a autarquia
“E este é um reconhecimento que vai, naturalmente, ao encontro daquilo que é o seu papel enquanto representante de Arganil, enquanto arganilense”, evidenciou o presidente da autarquia durante a sessão decorrida no Salão Nobre da Câmara, salientando que o município conta todos aqueles que residem no território, mas também com todos aqueles que, de alguma forma, podem ser a voz do concelho, nas mais diversas áreas.
“É motivo de regozijo perceber que há muitos arganilenses que se conseguem afirmar um pouco pelo mundo fora, e o Laurent tem tido, inequivocamente, essa grande projeção pessoal e profissional, e é para nós um orgulho muito grande podermos entregar-lhe agora este reconhecimento”, enalteceu o presidente da Câmara.
A decisão de agraciar publicamente Laurent Filipe foi tomada pela Assembleia Municipal em setembro de 2020, por proposta do executivo camarário, mas compromissos profissionais impossibilitaram a entrega da Medalha de Mérito naquela ocasião.
Já na posse da Medalha de Mérito, Laurent Filipe manifestou a sua “gratidão” para com o presidente da Câmara e o Município de Arganil e reconheceu ser “uma honra” receber a distinção. “A medalha hoje recebida reveste-se da responsabilidade e do desejo de continuar a prestar reconhecido esforço e contribuir para o desenvolvimento do nosso município que é também a minha casa”.
Filho do ator e encenador Sinde Filipe, natural de Côja, Laurent Filipe confidenciou que a Cerdeira, onde o seu pai tem residência, é refúgio de tantas e boas memórias da região das suas gentes, da atividades e suas tradições.
“Testemunhei ao longo de anos a evolução dos estudos, vontades e saberes que me serviram de inspiração e que fiz questão de transmitir e partilhar com outras pessoas, nomeadamente nas minhas muitas viagens e digressões relacionadas com a minha atividade”.
A forte ligação à terra conduziram Laurent Filipe pelos palcos de Arganil ao longo dos últimos anos. Em 2010, ao lado de Anabela, atuou nas Noites de Verão; em 2013, apresentou o trabalho “Tango Frio” na Cerâmica Arganilense e, em 2021, em trio, levou os ritmos do jazz até á aldeia do Piódão. Já em 2017, foi padrinho da candidatura da aldeia do Piódão às 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias, da qual saiu vencedora na categoria “Aldeias Remotas”, salienta ainda a autarquia.
Trompetista, compositor, orquestrador e produtor, Laurent Filipe possui uma sólida, longa e muito aclamada carreira internacional. Começou a tocar e gravar em Portugal aos quinze anos de idade e atuou como líder do seu próprio grupo e como “sideman” em diversos clubes e festivais de jazz nos E.U.A., Europa (nomeadamente, o Festival Internacional “Cascais Jazz ‘79”), África e Ásia.
Em 1990 recebeu o prémio de “Melhor Solista 1990” no Festival Internacional de Jazz de Guetxo (Espanha), onde o seu grupo recebeu também o prémio de” Melhor Grupo”.
Colaborou ativamente como compositor e instrumentista na “ Olimpíada Cultural Barcelona ‘92”, “Madrid Capital da Cultura” e “Lisboa Capital da Cultura’94”. Em 1996 obteve o prémio de “Melhor Músico de Jazz” pelo programa “Cinco Minutos de Jazz RDP”.
Trabalha actualmente com as seguintes formações, das quais é autor: “Duo Iberia”, “Homenagem a Chet Baker”, “The Song Band”, o sexteto “Mingus e Mais”, o quarteto “Flick Music” (musica de flimes), “Swing City Orquestra”, a orquestra que serviu de suporte a Rui Veloso e o mais recente “Ar Trio”.